terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sobre a sabedoria das crianças

Quer saber??? Quero aceitar os riscos e viver no limite! Quero viver ao máximo!!! Adorooooo

domingo, 26 de outubro de 2008

Mário Quintana

Gosto de postar neste blog coisas de minha autoria. Mas, quando li o texto "Felicidade Realista" de Mário Quintana, não pude deixar de postá-lo aqui... É lindo! É verdadeiro! Apreciem....
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FELICIDADE REALISTA
A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar! É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
Mário Quintana

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Crônica

Era mais de meia-noite e ela não conseguia dormir. Sentia-se angustiada, confusa, triste.
Irremediavelmente as lágrimas começaram a lavar-lhe a face pálida. Não conteve o soluço que lhe oprimia o peito e chorou copiosamente. Estava com pena de si mesma. Mas sabia que precisava mudar, que precisava, ela mesma, distribuir as cartas no jogo. Não podia permitir que as hábeis mãos do destino fizessem dela uma marionete.
Levantou. Olhou-se no espelho e não conseguia se reconhecer. Estava magra, abatida. Sentia-se desprotegida. Não encontrou o brilho costumeiro no olhar. Via-se diante de uma estranha.
Onde estavam os planos? Por que não conseguia mais sonhar com o mesmo entusiasmo?
E, então, sentiu-se vazia, oca. Nada por dentro... Nada! Aquela estranha do espelho não podia ser ela. Parecia tão... frágil! Pensou que nada mais fazia sentido. E de que adiantava viver por viver? É... a vida tinha perdido a graça.
Como se estivesse assistindo um filme, foi capaz de voltar algumas cenas da própria vida. Procurou se lembrar onde, exatamente, tinha errado. O mais desesperador é que não conseguia saber em que momento tinha deixado a felicidade escapar-lhe, como a areia fina que escapa entre os dedos.
Repensou suas atitudes, suas decisões e... nada! Por mais que se esforçasse, era como se o diretor do filme houvesse editado-o, cortado aquela parte. Talvez ele soubesse que não faria bem a ela recordar.
Olhou-se novamente no espelho. Achava-se tão pequena! Observou o rosto algum tempo. Deteve-se nos lábios. Achava os lábios bonitos. Eram cor de carmim. Observou o resto do corpo. Apesar da magreza, achou que era bem desenhado. Tentou imaginar se alguém, algum dia, já tinha achado isso também. Agora isso não parecia ter qualquer importância.
Saiu do quarto, nua, e caminhou pelo apartamento vazio. Entrou em todos os cômodos e nenhum deles lhe despertou qualquer lembrança verdadeiramente feliz.
Nesse momento, já não havia mais lágrimas. Elas tinham secado. Ela tinha secado. Estava seca e não tinha mais sede de viver.
Abriu a porta e olhou pela sacada. A noite estava fria, mas ela não sentia frio. Ficou olhando os poucos carros que passavam na rua. Primeiro de longe. Depois mais perto. E mais perto ainda. Sentiu uma dor dilacerante. E, depois, não sentiu mais nada.

domingo, 19 de outubro de 2008

"Sobre minha avó" ou "Por que eu escrevo?"

Ultimamente tenho ouvido com certa freqüência, e de diferentes pessoas, que eu escrevo bem. De maneira muito peculiar, esse é um elogio que me deixa feliz. Sim, porque, convenhamos, na nossa cultura o valor que é dado à escrita está muito aquém do valor que se dá à bunda (com o perdão da palavra) ...
Penso que no último post toquei na questão da escrita quando esclareci o sabor que as palavras têm para mim. É claro que não me referia só a escrita, mas ela, particularmente, me atrai. Engraçado... quando estava estudando para me formar fonoaudióloga ouvi duras críticas à cartilha "Caminho Suave" (que utilizei na pré-escola) e outras cartilhas; críticas que apontavam para a falha da criança na alfabetização por meio dos métodos tradicionais, ou melhor, críticas que apontavam para a falha dos métodos tradicionais na alfabetização da criança. Embora tenha dito que utilizei a cartilha Caminho Suave não foi com ela que me alfabetizei e garanto que não tive qualquer problema na aquisição da linguagem escrita, ainda que esta tenha ocorrido exatamente pelo modo tradicional. Mas imagino ter uma explicação para isso. Quer dizer, nem toda criança alfabetizada pelo método tradicional vai ter problemas de escrita (aliás, conheço muitas que não tiveram...), mas eu diria que eu tenho um vínculo afetivo muito maior e a escrita é tão importante para mim porque quem me ensinou a ler é uma pessoa muito mais que especial! Uma pessoa 54 anos mais velha que eu. Uma pessoa que, sequer, pôde estudar muito além do nível de alfabetização... Falo da minha avó!
Dona Ana, casada com o Sr. Uilter... Teve três filhos e, do modo que pôde, ensinou-lhes a ler. Guardou a cartilha (que imagino ter sido comprada com certo esforço) quando os filhos já estavam alfabetizados. Os filhos cresceram, estudaram, formaram-se, casaram-se e aí vieram os netos... uma "escadinha": a primeira em 1978, a segunda em 1979, a terceira em 1980, o quarto em 1981, a quinta (eu) em 1983 e a sexta em 1986. Todos (ou quase todos), alfabetizados pela mesma cartilha com que os pais tinham aprendido a ler... todos (ou quase), alfabetizados pela mesma mulher de pouco estudo... Olha que especial! Quer vínculo mais forte do que esse? Quer relação mais especial do que esta? Fico pensando como ela deve se sentir vendo o rumo que a vida dos filhos e agora a dos netos tomou (e está tomando)... Quer dizer, não sei se ela pensa nisso ou se ela tem essa noção, mas acredito que ela é a grande responsável pela paixão que eu tenho pelas palavras.
E, então, às vezes eu me pergunto, por que eu escrevo? Será que é para extravasar toda essa paixão? Eu diria que é muito mais do que isso... Quando falamos, muitas vezes, a palavra se perde... E isso pode ser por muitos motivos, mas penso que o principal é porque as pessoas não sabem escutar (vejam bem, eu disse escutar, e não ouvir). Acho que é por isso que presto tanta atenção ao que os outros me dizem, mesmo que seja uma coisa banal (quer dizer, se foi dito é porque, para quem disse, não é tão banal assim...). Mas, se isso acontece com a fala, o mesmo eu não posso dizer da escrita! O escrito é eterno! Olha que profundo isso, não? "O escrito é eterno".
Quer dizer, tudo muda, inclusive a convicção do escritor sobre o que já escreveu, mas o escrito continua lá, confirmando o dito ou apontando um equívoco.
Bem, então, por que eu escrevo? Penso que escrevo porque escrever me faz ser alguém, me faz mais humana. Escrevo porque a escrita me livra daquilo que me oprime, daquilo que é difícil, daquilo que não cabe mais em mim.
Mas, escrever tem certas regras (muitas, eu diria)... Estou tentando não seguir mais todas as regras. Estou tentando dar um pouco mais de emoção à minha vida. E, por isso, esse post não terminará com um ponto. Não quero obedecer esta regra. Ele vai terminar com uma vírgula... Assim,

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sobre o sabor

Era uma vez uma menina dos cabelos de milho e olhos de fubeca. Ela era, desde muito pequena, determinada e decidida, e queria abraçar o mundo! Gostava de liderar, era criativa e bem quista por muitos. Gostava de ler antes mesmo de saber ler... Todas as noites, com um livro nas mãos, fingia ler histórias para a irmã... Decorava, de tanto ouvir, histórias em quadrinhos e sabia, exatamente, o que estava escrito em cada balão.
Era apaixonada por palavras. Conseguia sentir o sabor delas... como se fossem ingredientes de um grande prato! Imaginava que quando crescesse iria escrever! Dizia ao pai que faria parte da Academia Brasileira de Letras (rsrs)! Dizia também que queria ser médica, pois queria cuidar das pessoas. Ela tinha mesmo muitos sonhos.
Quando aprendeu a ler, começou a devorar os livros das irmãs... Não eram livros para ela, a caçula da família, mas, ainda assim, ela gostava. Adorava quando a escola pedia uma leitura - e, provavelmente, era a única da sala que gostava.
Aí, ela começou a escrever... Primeiro, historinhas que assistia na TV cultura. Depois, quando cresceu um pouco mais, decidiu que escreveria um livro. E assim fez: ele teve 22 capítulos. Dois anos depois, jogou o livro fora, porque achou que era ingênuo demais (se arrependimento matasse, hoje ela estaria morta por isso!). Mais tarde, escreveu poemas e, de repente, parou de escrever...
De repente, a menina mudou! Passou a ser mais séria, mais "certinha" e, talvez, mais chata... Afinal, não se permitia errar. E, sabemos, erros fazem parte do aprendizado! Ela não podia ser boa... Tinha que ser a melhor! E começou a se cobrar muito! E foi deixando de viver assim... naturalmente. Apesar disso, a menina dos olhos de fubeca e dos cabelos de milho continuou a estudar e continuava com o paladar apurado... ainda sentia o sabor das palavras e tinha, dentro dela, o gosto pela vida, pelo novo, pelo desconhecido! Nesse tempo, que durou alguns anos, ela se formou e, diferentemente do que dizia ao pai, não quis mais ser médica... Virou fonoaudióloga porque queria que aqueles que sofressem com as palavras pudessem sentir o mesmo sabor que ela! Depois, não satisfeita com isso, virou lingüista. Queria que todos saboreassem com ela o sabor das palavras!
Mas, um dia, ela se cansou da vida que levava! Ela queria mais! Não bastava ser a boa filha, a boa profissional, a menina responsável... Ela queria, como sempre quis, abraçar o mundo! Quebrou vínculos, desatou nós e enfrentou todos com a coragem que só aqueles que sentem muito prazer em viver poderia fazer! E ela sofreu... Mas sabia que tudo era só uma fase e que esse sofrimento iria passar! Na verdade, ela voltou a ser o que sempre fora: determinada e decidida! E, ainda que muitos não conseguissem entender isso, ela, de verdade, não se importava. Ela queria só estar bem com ela mesma! Ela só queria ser feliz!
E, apesar da história começar com "era uma vez", gênero de escrita dos contos de fadas que, invariavelmente, termina com "e foi (ou foram) feliz (es) para sempre", essa história não termina assim, porque ainda não terminou e, mesmo que eu quisesse escrevê-la com um final, poderia mudar, já que a chef deste banquete sou eu... Saboreiem essas palavras!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sobre mudanças

Há certas coisas que não mudam nunca. Ou, ao menos, temos essa sensação. Melhor dizendo: temos essa ilusão, pelo menos quando se trata de pessoas... Quando esse é o assunto, a previsibilidade não existe. As pessoas mudam (de roupa, de cabelo, de opinião - Que bom!!!). Quando se trata de pessoas há sempre um "não saber" posto... "Não saber" de um em relação ao outro e, pq não, sobre si mesmo?
E existe coisa melhor do que esse "não saber"? Quer dizer, o "saber" pode trazer segurança e um certo conforto (ou seria... comodismo?) - e isso não é ruim! Mas pode tornar tudo muito monótono, muito... previsível mesmo.
E quanto ao "não saber"? Ele nos deixa curiosos, nos faz criar expectativas, faz nosso coração bater mais forte... Certamente também nos coloca em sofrimento algumas vezes, mas penso que é esse o tempero que deixa a vida tão saborosa!
Ter a certeza das conquistas deve ser bom, mas isso pode nos fazer viver sem refletir, sem questionar... E isso, definitivamente, não é bom! Meu companheiro de todas as noites - Platão (rsrsrs) - já dizia: "Uma vida não questionada não merece ser vivida".
Então, pq não parar, um pouquinho que seja, para pensar no rumo que daremos às nossas vidas? Pq não mudar de estratégia? Basta um pouco de ousadia!
Mudar não é fácil... mudar é escolher outro caminho. E uma escolha implica em não escolher todas as outras opções. E o que é que tem? Nada é definitivo...
Ouse! Arrisque! Se não der certo, não se envergonhe... Admita e tente outra vez, mas, agora, de um modo diferente...
Eu estou mudando...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Atendendo a pedidos, mais um pouco de mim

Tenho escutado, nos últimos tempos, que estou mudada... Que sou uma nova Evelin. De fato, muitas coisas aconteceram esse ano, em especial nesse segundo semestre, e elas me fizeram repensar muitas coisas, muitos valores, inclusive... E o que eu tenho pra dizer sobre isso: que não foi nada fácil... Aliás, continua sendo muito difícil!
Mas, dizer que há uma "nova Evelin" talvez seja exagero... Penso que essa que sou hoje, sempre existiu... Tal como a borboleta que um dia foi lagarta! Me sinto mais decidida, mas também mais fria, mais prática, mais racional... Não acho que isso seja muito bom... Para alguns fiquei "mais divertida", para outros "perdi a meiguice" e, para mim, eu me perdi. E, de verdade, não sei se quero me achar!
O que diria meu amigo Freud se eu fosse sua paciente? Acho que ele teria muito trabalho!
Muita coisa mudou... Hoje, para mim, somente duas coisas são certas: a morte (engraçado... não tenho mais medo dela) e a vontade de ser feliz a qualquer custo (ou quase isso)!
Tenho seguido alguns conselhos... o mais ouvido: "pense menos!". Está funcionando!
O conselho que dei a mim mesma: não faça planos! Estou seguindo também... E está sendo mais fácil do que imaginei!
Também venho me sentindo um tanto anestesiada: muita coisa não me machuca mais. O estranho é que apesar disso, consigo sentir, e acho que agora mais do que antes, felicidades! E, de alguma maneira, isso me amedronta, mas não a ponto de me fazer recuar ou mudar o caminho.
Tudo isso parece meio... "deprê"??? Não se engane! Eu não estou triste. Cássia, uma prima-irmã-amiga, disse que a música "extravasa" se encaixa perfeitamente bem nesse meu momento. Acho que ela não está errada.
Estou me descobrindo... ou me redescobrindo.
Sei que sou uma trama, onde cada um com quem me relaciono tece uma parte... Levo um pedaço de cada um comigo - e isso é pra sempre! Sei que sou aquela que existe onde não pensa... E, por isso, sou uma caixinha de surpresas (inclusive para mim)! Sei que ainda sou uma lagarta, prestes a virar borboleta.