segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Amigo secreto com AMIGAS

Dia 24/12 fiz o amigo secreto com minhas amigas. Ou melhor, com minhas AMIGAS. Sim, porque elas não são quaisquer amigas... São aquelas que eu sei que levarei pro resto da minha vida. São amigas "pau pra toda obra", sem malícia no que concerne o trocadilho... rsrs. E como foi bom! Apesar do pouco tempo disponível, apesar da briga que foi pra conseguir uma data em comum, apesar dos pesares. Foi bom como é bom sempre! Não... foi melhor do que costuma ser. Ainda que a minha "inimiga" tenha me levado às lágrimas (Janete, sua chata... vai ter troco!).
Vou fazer um breve (ou nem tão breve assim) resumo dos fatos. Passei na casa da Janete para irmos à casa da Camila. Ela (a Janete) fez um drama danado por conta do pacote que ela ia levar de presente, que era grande, que não dava pra ir de ônibus, etc, etc, etc. Não sei porque o drama... Se eu não passasse lá, a Isa certamente passaria... Enfim, coisas de Janete. Ah, e também não entendi sobre o "tamanho do pacote". O presente da minha inimiga era assim, umas... quatro vezes maior.
Chegamos na casa da Camila e a Isa e a Su já estavam lá. Depois chegou a Valley. E, então, a bagunça! Eu tirei a Isa, que ganhou um kit sobrevivência no/pro Mar (cuidado, Isa, não abusa!), A Isa tirou a Su, que ganhou uma caixa de bombons (tudo bem???rsrs), e um veículo super amigo do meio ambiente (hehe). A Su tirou a Valley, que tb ganhou kit praia (e, juro, não tínhamos feito qualquer comentário sobre isso)!!! A Valley tirou a Camila e não deu um presente de inimigo pra ela... (isso não vale!). A Camila tirou a Janete e, meu, sem comentários sobre o presente... kkkkkkkkkkk. Eu ficaria extremamente envergonhada se ganhasse aquilo... AQUILO, entenderam??? Pois é... Nem coragem de comprar um eu teria... Ou teria, sei lá... Ando gostando de contrariar as expectativas (as minhas próprias). E, por fim, a Janete me tirou! E eu adorei o presente... O de amigo, o de inimigo... Ainda que ela tenha me feito chorar. E, por incrível que pareça, choro toda vez que leio a cartinha que ela me escreveu... Acho que eu to ficando velha! rsrs
AMIGAS... vocês são tão especiais! Tão essenciais na minha vida! É pra vocês que eu sempre faço pavê de maracujá (ou mousse, né Isa?). É pra vocês que eu reservo as garrafas de vinho kosher. São vocês que eu convido pra jogar Wii. São vocês que escutam/lêem minhas lamúrias (e, ultimamente, elas têm sido muitas!!!). Nem dá pra imaginar minha vida sem vocês! Amo vocês!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

2008/2009

2008 está chegando ao fim... Não sou uma pessoa que fica olhando para trás, vivendo do passado, curtindo a nostalgia. Não mesmo! Longe disso! Mas, também, não posso ignorar que o que passou é responsável pelo que eu sou hoje. Então, o que eu posso dizer de 2008? Direi que foi um ano em que a vida tentou me passar inúmeras rasteiras, mas que não conseguiu me derrubar uma única vez. E isso serviu para que eu ficasse mais esperta. Assim, só posso dizer que foi um bom ano. Foi o ano em que eu cresci. Foi o ano em que eu fiz coisas inesperadas. Foi o ano das surpresas. E foi o ano em que descobri o poder que tem meu sorriso (2009 que me aguarde!)!
Foi também o ano em que eu me descobri. Quer dizer, mais ou menos... porque acredito que a gente nunca vai se descobrir totalmente! E isso não é nada ruim... Adoro ser um mistério para mim mesma - e para os outros também. Afinal, tudo o que é muito óbvio perde a graça rapidinho ;P
Se 2008 estivesse começando agora, acho que eu faria tudo praticamente igual. Praticamente... Algumas coisas eu adoraria ter feito diferente... Coisas que, mesmo que eu tente, estou certa que seria incapaz de mudar... Por exemplo, eu cobraria menos... menos de mim e, principalmente, menos dos outros. Sei que dei uma "relaxada" nesse nó, mas ainda há muito o que desapertar e acho que nunca conseguirei fazer isso por completo. Talvez isso seja bom, talvez não... E quem sabe essa resposta?
Já que não existe possibilidade de mudar o que já passou, posso tentar mudar o que está por vir. Primeiro de tudo, vou colocar meu coração de férias... Aliás, não só o coração... Vou colocar meus ouvidos de férias também. Quero silêncio. O único grito que eu quero escutar é o meu... o grito que eu aprisiono em mim, que eu não deixo escapar. Por falar nisso, quando meus ouvidos (orelhas, na verdade) voltarem de férias, acho que quero quebrar o silêncio desse meu grito. Mas isso ainda é só um plano... pode não acontecer.
Pretendo, também, ficar de bem com Deus... aindei meio tristinha com Ele. Por quê? Porque sou idiota, certamente... Sei que o que me acontece é de minha inteira responsabilidade. Mas, às vezes, é duro ter que carregar sozinha o peso das coisas.
Que mais? Bem, 2009 vai ser um ano atípico... Estou cheia de planos! Vou viajar, conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes, falar uma outra língua (a língua do amor... ah, o amor!). Pretendo estudar mais, me dedicar mais à carreira que eu pretendo seguir, que é a acadêmica. Pretendo entrar na academia - agora falo da de ginástica - (que piada! Já tentei isso tantas vezes... e sempre desisto), emagrecer um pouquinho mais, colocar um pouco mais de tensão em certos músculos e tirar a tensão de tantos outros! Perder a barriga (que difícil!) e não encontrá-la nunca mais (hahaha, praticamente impossível!)!
Quero entender que não sou o centro do universo, como, muitas vezes, gostaria. E quero ser feliz apesar disso. Mais do que sou hoje! Quero ter mais tempo com meus amigos. Quero ter mais tempo com minha família. Quero descobrir as palavras certas para dizer-lhes o quão especial eles são para mim.
Mas são todas coisas que eu pretendo. Não são promessas. Porque se eu prometer, vou me sentir na obrigação de cumprir... E eu não quero mais nenhuma obrigação além de me fazer feliz! Então, acho que 2009 será o ano do improviso, das decisões de última hora... Ou não. E, definitivamente, isso não me incomoda. Gosto do que é incerto, muito embora, por vezes, afirmo o contrário. Tout parait inconnu et je suis heureuse ainsi!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Crônica II

_ Alô!
_ Alô, Regina?
_ Isso! Quem está falando?
_ Não reconhece a minha voz?
_ É... Hum... Ah, sim, claro! (Essa mania de não querer decepcionar os outros). Como vai?
_ Eu estou bem, e você?
_ Melhor agora, falando com você! Quando tempo, não é? (Nossa! Mania maldita!)
_ Tempo? Tá brincando! Uma eternidade! Como vai a família?
_ Estão todos ótimos! E... e a sua?
_ Bem também! Só o Pedrinho que vai fazer recuperação nas férias, mas de resto tá tudo bem!
_ (Um nome a mais pra eu tentar descobrir com quem falo. Mas... Pedrinho? Quem é Pedrinho?) Pôxa! Que pena!
_ É sim... Mas agora ele aprende! Então, eu tô te ligando pra pedir a receita daquele bolo que você fez na última vez em que nos encontramos! A Sílvia tá doida querendo experimentar! Sabe como é... grávida não pode passar vontade!
_ (Bolo? Que bolo? Quem é Sílvia? Será que é a mãe do tal Pedrinho???) Ah, tá... Era bolo de quê mesmo?
_ Ah, Regina! Vai dizer que já esqueceu? Era aquele bolo, receita da sua avó!
_ (Puta que pariu! Que bolo é esse?) Nossa! Preciso procurar a receita... E tá uma bagunça, porque mudei de casa na semana passada e ainda não terminei de arrumar as coisas!
_ Ah é? Onde você tá morando agora?
_ No mesmo bairro... Quatro ruas abaixo da antiga casa.
_ Entendi... Tá morando sozinha? Ou conseguiu perdoar teu marido?
_ Perdoar? Perdoar por quê?
_ (Xiii... acho que falei demais) Ah, nada não!
_ Agora fale! O que você sabe que eu não sei?
_ Ele disse que ia te contar... Sobre a secretária dele. Eles tiveram um caso e ela está grávida.
_ (muda)
_ Alô, Regina? Tá aí ainda?
_ Sim... mas sem saber o que dizer! Espera um pouco! Ele tá chegando! Vou tirar essa história a limpo e já volto. Não desligue!
_ Tá!
(Passam-se 15 minutos. Nesse tempo, ouve-se discussão. Choro. Barulho da porta batendo.)
_ Alô (com a voz embargada).
_ Oi Regina! Tava preocupado! O que aconteceu?
_ Acabei de pôr o Alfredo pra fora de casa! Ele jurou inocência, mas eu não acreditei! Joguei todas as roupas dele pela janela e disse que nunca mais quero vê-lo!
_ Alfredo?
_ É... meu marido.
_ Mas seu marido não se chama Eduardo?
_ Não! Nunca fui casada com um Eduardo!
_ Ah, desculpe! Acho que liguei pra casa errada!
tu tu tu tu tu tu tu tu

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Respostas incongruentes às questões existenciais

Sou esboço em aquarela que se transforma com lágrimas
Sou louça fina cuja beirada é trincada
Sou passo firme, mas sei ser suave
Sou brilho nos olhos
Sou silêncio latente
E barulho irritante
Sou previsivelmente inconstante
Sou colcha de retalhos fortemente alinhavados
Sou cabelos desgrenhados
E textos não acabados
Sou onda que encobre
Tecido que encolhe
Verdade que se escolhe
Sou abraço que aquece
Beijo que enternece
Finitude que entristece
Sou pequena se olhada de cima
Sou grande se olhada de baixo
Então me olhe de frente, porque não sou mais e nem menos que você
E as palavras que você não disse eram exatamente as que eu precisava escutar
E quem vai dizer o contrário?

Recomendações de uma jovem de 25 anos (para ela mesma e para quem mais interessar)

Viva ao máximo, fazendo todas aquelas coisas que não se permitia fazer por vergonha, medo de críticas e julgamentos, ou para agradar os outros. Não perca mais seu bom e precioso tempo implicando com as coisas que julga erradas nos outros nem busque reconhecimento nos outros. Viva para si. Usufrua a sua vida de agora em diante fazendo as coisas que são importantes para si e sendo o mais feliz que conseguir. Trate-se bem!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tão feliz, tão feliz, tão feliz!!!

Hoje eu tomei uma decisão muito importante! Uma decisão que afetará minha vida em todos os aspectos. Isso mesmo. TODOS! Uma decisão que devolveu o brilho aos meus olhos e que fez meu coração bater um pouco mais acelerado. Quem pensou em um novo namorado, errou! E errou feio! Penso que agora, na minha vida, não há espaço pra mais ninguém além de mim mesma. E acho que eu nunca estive tão feliz! Feliz, assim, de perder o sono, de perder a fome! Feliz de querer escrever, escrever, escrever e não parar mais! Mas, não se preocupem... não pretendo cansar os olhos de vocês com tantas palavras! Pelo menos não de uma vez só (rsrs)!
Vou contar o motivo da minha felicidade: decidi que, em julho do próximo ano (isso se tudo der certo... Pensamento positivo, por favor!!!), farei um curso super intensivo de francês em Montreal, Canadá. E, quando eu chegar de lá, trocarei as malas e rumarei a Strasbourg, na França, onde cursarei 6 meses de doutorado com um professor que é "O PROFESSOR"! Chama-se Gérard Pomier, é psiquiatra e psicanalista. Isso quer dizer que, se eu não voltar em fevereiro/março de 2010, procurem-me nos hospícios franceses... Ai que horror! kkkkk!
Como já disse, nunca estive tão feliz, tão cheia de planos... Mas, ao mesmo tempo, tão aflita! Isso é tão paradoxal, não? Quer dizer, é um acontecimento maravilhoso, oportunidade única! Mas vou deixar tudo pra trás: Família, amigos, pacientes... E quando eu voltar? Começar do zero? Deve ser muito estranho! Mas, enfim, penso que vale a pena arriscar! Voltarei com uma bagagem ímpar (e não estou falando das malas)!
Torçam por mim!

domingo, 16 de novembro de 2008

Amor, Pathos e cisnes...

Como todos aqui sabem (se não forem todos, ao menos a grande maioria sabe) sou uma lingüista e, como tal, apaixonada pelas palavras. Gosto de saber a etimologia e significado das mais variadas palavras, mas, principalmente, daquelas que usamos no dia-a-dia, sem refletirmos sobre seu significado.
Hoje eu fiquei com vontade de estudar um pouquinho a palavra amor.

Amor é um substantivo masculino que vem do latim amor e, na nossa língua, pode ter inúmeros significados. O dicionário de língua portuguesa Aurélio nos oferece mais de 10 significados para amor. Dois deles me chamam a atenção e são, em certa medida, opostos. Um diz de um "sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa". O outro diz "paixão". O primeiro significado parece ser bem esclarecedor... E aí descubro que o que eu acho que é "gostar" é, na verdade, "amar". E penso, então, que amo um montão de gente!
Agora, em relação ao segundo significado, a "paixão", acabo ficando um pouco confusa. Amor não pode ser igual a paixão. Alguém aí já se perguntou o significado de paixão? Já foi ao dicionário etimológico para saber de onde vem essa palavra? Imagino que não... imagino que a única doida que faz isso por aqui sou eu. Então vamos lá: parece não haver um consenso sobre a origem da palavra paixão. Uns dizem que ela veio do latim passione. Outros, que veio do grego pathos. Qualquer que seja sua origem, fica claro que a paixão não é lá um sentimento muito nobre. Passione significa sofrimento. Pathos significa doença.
Amor = sofrimento??? Amor = doença??? Estranho pensar isso, não? Não quero dizer que quem ama, de verdade, não sofra. Sofre sim! Mas não acho que isso esteja relacionado ao amor. Nós podemos sofrer por não sermos correspondidos no amor. Mas penso que esse sofrimento está muito mais ligado ao nosso egocentrismo do que ao amor de fato.
Amor não traz sofrimento. O amor se apresenta como um doce habitante do coração, da alma. Se não é assim, o sentimento pode receber qualquer nome, menos amor!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sobre a solidão

Eventualmente almoço em um restaurante de Perdizes, ao lado da PUC-SP. Na época da minha graduação, almoçava lá diariamente (não porque era um bom restaurante, mas porque era o que o meu dinheiro podia pagar... rsrs). E, desde aquela época, encontro por lá um casal de idosos. Ou seja, há, no mínimo, sete anos eles almoçam ali diariamente (ou quase diariamente).
É um casal muito peculiar. Ele, de cabelos brancos, sobrancelhas escuras, cara de poucos amigos. Veste camisa xadrez, calça jeans e tênis. Ela, também de cabelos brancos, usa um corte ao estilo Chanel, colar de pérolas, vestido florido e muita maquiagem. Eles sempre estão lá, comendo, quando eu chego e continuam lá, ainda comendo, quando eu vou embora (sim, eles comem bastante e, sim, eu como rápido demais! rsrs). Poderiam passar despercebidos, afinal de contas muitos idosos moram em Perdizes... Não é incomum vê-los por ali. Mas este casal chama atenção. Durante o tempo em que eu permaneço ali, não os vejo trocar uma única palavra. Nadinha. Ele olha insistentemente para as jovens que passam. Ela olha insistentemente para o prato de comida. E assim segue o almoço. Um indiferente ao outro. Há sete anos.
Penso que não existe pior solidão que essa: a solidão em que não se está só - a solidão a dois.
Será que, algum dia, esse casal já utilizou o horário em que se sentam à mesa para dividir os problemas e compartilhar as soluções? Será que eles já foram felizes? Será que eles se amaram de verdade? Quando será que foi a última vez em que eles fizeram amor? Que mais será que eles têm em comum além do horário de almoço?
Eu não quero envelhecer como eles. Quero encontrar alguém que me ame de verdade, que consiga olhar pra mesma direção que eu, que faça dos "meus sonhos" os "nossos sonhos" (e que o inverso seja verdadeiro). Alguém que saiba me tocar com ternura e que, ao sentar comigo à mesa me conte como foi o seu dia, me diga dos seus problemas e espera, sinceramente, que eu tenha palavras de conforto quando as notícias não forem boas, ou palavras de encorajamento quando o que disser vier com entusiasmo! Alguém que também queira, verdadeiramente, saber do meu dia! Ou, ainda, alguém que nem sempre necessite das palavras... Alguém que vai me dizer o que está acontecendo só com o olhar... Alguém que vai se sentir querido com o olhar que eu lhe dirigir. Alguém que queira envelhecer ao meu lado, compartilhando as conquistas e também as muitas "passadas de pernas" que a vida dá. Alguém que não seja perfeito, mas que o seja para mim. Quero encontrar alguém com quem eu tenha muito mais em comum do que uma simples relação amorosa.
Não que uma "simples relação amorosa" (se é que alguma relação - amorosa ou não - possa ser simples) seja ruim. Mas não é o suficiente. E digo isso de forma bastante tranquila, porque já vivi um relacionamento assim.
Quero alguém que, mesmo quando estivermos com nossos cabelos brancos, me convide pra ir ao cinema, pra ir tomar um sorvete ou andar de mãos dadas no shopping. Ou tudo isso junto. Mas, se isso não for possível, eu prefiro ficar sozinha. Porque a solidão é muito mais fácil de ser suportada quando se está só!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Eu queria...

Eu queria ter tido menos juizo
Queria não ter feito muitas coisas que fiz
E fazer outras tantas que não fiz
Queria não ter falado pelo menos metade das coisas que falei
Queria ter escutado mais
Queria ter chupado mais sorvete no inverno
Ter tomado mais chuva
Ter andado descalça
Ter esquecido a blusa em casa
Eu queria ter viajado mais
Ter beijado mais
Namorado mais
E brigado menos
Eu queria ter seguido menos conselhos
Queria ter burlado mais as regras
Queria ter gasto todo meu salário em sapatos
E pedido dinheiro emprestado pra pagar outras contas
Queria ter bola de cristal
Queria mandar no meu coração
Queria sair sem dar satisfação
E, se possível, não voltar mais!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Pecado do desejo

Não é segredo que eu adoro as músicas da Carla Bruni. Quer dizer, não a considero uma boa cantora (ela não tem a menor extensão vocal... melhor dizendo, sua extensão vocal é restrita) e as músicas, as vezes, podem dar... sono! Mas as letras são, na minha opinião, geniais! Ou, talvez, não sejam, mas eu me identifico muito com elas!
Assim, decidi postar a letra de uma das músicas do novo CD da Carla "Comme si de rien n'etait" (Como se nada tivesse acontecido). Como sei que a maioria dos meus leitores não lêem a lingua francesa, segue também a tradução (que, talvez, não seja lá muito fiel à letra original, já que fui eu mesma quem traduziu... rsrs). Alguns saberão bem porque escolhi esta letra e não outra. Mas, para todos, vai um conselho (conselho que dou a mim mesma, inclusive): se tiver vontade, faça! É isso!


Péché D´envie
Pecado do desejo

C'est que j'ai envie d'avoir fait
É o que eu desejava ter feito
Envie d'avoir dit
Desejava ter dito
C'est que j'ai envie d'avoir été
É o que eu desejava ter sido
Envie d'avoir compris
Desejava ter entendido
C'est que j'ai envie d'avoir croqué, d'avoir brûlé
É o que eu desejava ter mastigado, ter queimado
D'avoir glissé
Ter deslizado
C'est que j'ai envie d'avoir chéri
É o que eu desejava ter adorado
Et que le diable me pardonne toutes mes belles envies
E que o diabo me perdoe todos os meus belos desejos

C'est que j'ai envie d'avoir vu
É o que eu desejava ter visto
Et d'avoir frémi
E ter tremido
C'est que j'ai envie d'avoir connu
É o que eu desejava ter conhecido
Envie d'avoir conquis
Desejava ter conquistado
C'est que j'ai envie d'avoir creusé, d'avoir ramé,
É o que eu desejava ter cavado, ter remado
d'avoir tout eu, et envie d'avoir tout perdu
ter tido tudo, e desejado ter tudo perdido
Et que le diable me pardonne ces envies saugrenues
E que o diabo me perdoe esses desejos absurdos

Mais le temps me plie m'enlise
Porém o tempo me dobra e me afunda
Je m'y brise les dents c'est lui le gagnant
Eu me quebro os dentes é ele quem ganha

Alors j'ai envie d'avoir goûté
Então eu desejava ter provado
D'avoir entendu
Ter ouvido
Alors j'ai envie d'avoir dansé Canciones de Carla Bruni
Então eu desejava ter dançado Canções de Carla Bruni
D'avoir touché les nues
Ter tocado as nuvens
Alors j'ai envie d'avoir prié d'avoir desiré dévoré
Então eu desejava ter implorado ter desejado devorado
Je veux avoir chanté et bu
Eu queria ter cantado e bebido
Et que le diable me pardonne ces envies sans retenue
E que o diabo me perdoe esses desejos irrestritos

Mais le temps m'embarque il me nargue
Porém o tempo me embarca e zomba de mim
Il m'emporte sûrement et doucement le temps
Ele me tira seguramente e docemente o tempo

Alors j'ai envie d'avoir aimé
Então eu desejava ter amado
D'avoir adoré
Ter adorado
Alors j'ai envie d'avoir maudit
Então eu desejava ter amaldiçoado
Et d'avoir détesté
E ter odiado
Alors j'ai envie d'avoir voulu d'avoir mordu
Então eu desejava ter tido vontade de morder
D'avoir crié d'avoir soupiré et griffé
Ter gritado, ter suspirado e arranhado
Et que le bon dieu me pardonne ces quelques doux péchés
E que o bom Deus me perdoe estes doces pecados
Et que le bon dieu me pardonne
E que o bom Deus me perdoe
Et que le diable me pardonne
E que o diabo me perdoe
Que le bon dieu me pardonne
Que o bom Deus me perdoe
Que le diable me pardonne.
Que o diabo me perdoe.

domingo, 2 de novembro de 2008

Sobre o que eu sou (e o que eu pretendo ser)

Aprendi, ao longo da minha formação, que não é certo definir qualquer coisa pela sua negativa. Mas vou iniciar o "sobre o que eu sou" lançando mão da negação, i.e., falando sobre o que eu não sou (porque não sei ser) e nem pretendo ser.
Eu não sou metade. Explico melhor, utilizando, agora, a afirmação: sou intensa, excessiva. Talvez isso não seja uma qualidade e, talvez, nem um defeito... é assim que eu sou.
Não sei ser meio amiga. Ou sou amiga pra valer, daquelas que se pode contar pra qualquer coisa, ou não sou amiga... talvez colega, conhecida, ou nem isso!
Não sei gostar um pouco. Ou gosto muito ou não gosto!
Não sei querer pouco. Quero muito. Quero tudo! Ou não quero nada. E, quando quero, não meço esforços para conseguir. E, quando não quero, não há o que me faça mudar de idéia.
Também não sei fazer as coisas pela metade. Quando aceito um desafio, vou até o fim e dou o melhor de mim! Se eu achar que não serei capaz de me doar totalmente, então eu não aceito o desafio.
Sou também egoísta. Não faço nada pensando no outro. Tudo o que faço é pensando em mim mesma. Se vai agradar outra pessoa, melhor! Se desagradar, problema dela!!! Tudo o que quero é estar bem comigo mesma! Às vezes faço algumas coisas pensando em agradar outros... Mas sei que o prazer que terei em ver o outro feliz vai ser tão intenso que acabo achando que fiz para agradar a mim mesma!
Bem... e o que eu pretendo ser? Pretendo continuar assim... Gosto de ser intensa! Gosto de ser excessiva! Gosto de ser egoísta! Gosto de gostar de mim!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sobre a sabedoria das crianças

Quer saber??? Quero aceitar os riscos e viver no limite! Quero viver ao máximo!!! Adorooooo

domingo, 26 de outubro de 2008

Mário Quintana

Gosto de postar neste blog coisas de minha autoria. Mas, quando li o texto "Felicidade Realista" de Mário Quintana, não pude deixar de postá-lo aqui... É lindo! É verdadeiro! Apreciem....
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FELICIDADE REALISTA
A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar! É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
Mário Quintana

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Crônica

Era mais de meia-noite e ela não conseguia dormir. Sentia-se angustiada, confusa, triste.
Irremediavelmente as lágrimas começaram a lavar-lhe a face pálida. Não conteve o soluço que lhe oprimia o peito e chorou copiosamente. Estava com pena de si mesma. Mas sabia que precisava mudar, que precisava, ela mesma, distribuir as cartas no jogo. Não podia permitir que as hábeis mãos do destino fizessem dela uma marionete.
Levantou. Olhou-se no espelho e não conseguia se reconhecer. Estava magra, abatida. Sentia-se desprotegida. Não encontrou o brilho costumeiro no olhar. Via-se diante de uma estranha.
Onde estavam os planos? Por que não conseguia mais sonhar com o mesmo entusiasmo?
E, então, sentiu-se vazia, oca. Nada por dentro... Nada! Aquela estranha do espelho não podia ser ela. Parecia tão... frágil! Pensou que nada mais fazia sentido. E de que adiantava viver por viver? É... a vida tinha perdido a graça.
Como se estivesse assistindo um filme, foi capaz de voltar algumas cenas da própria vida. Procurou se lembrar onde, exatamente, tinha errado. O mais desesperador é que não conseguia saber em que momento tinha deixado a felicidade escapar-lhe, como a areia fina que escapa entre os dedos.
Repensou suas atitudes, suas decisões e... nada! Por mais que se esforçasse, era como se o diretor do filme houvesse editado-o, cortado aquela parte. Talvez ele soubesse que não faria bem a ela recordar.
Olhou-se novamente no espelho. Achava-se tão pequena! Observou o rosto algum tempo. Deteve-se nos lábios. Achava os lábios bonitos. Eram cor de carmim. Observou o resto do corpo. Apesar da magreza, achou que era bem desenhado. Tentou imaginar se alguém, algum dia, já tinha achado isso também. Agora isso não parecia ter qualquer importância.
Saiu do quarto, nua, e caminhou pelo apartamento vazio. Entrou em todos os cômodos e nenhum deles lhe despertou qualquer lembrança verdadeiramente feliz.
Nesse momento, já não havia mais lágrimas. Elas tinham secado. Ela tinha secado. Estava seca e não tinha mais sede de viver.
Abriu a porta e olhou pela sacada. A noite estava fria, mas ela não sentia frio. Ficou olhando os poucos carros que passavam na rua. Primeiro de longe. Depois mais perto. E mais perto ainda. Sentiu uma dor dilacerante. E, depois, não sentiu mais nada.

domingo, 19 de outubro de 2008

"Sobre minha avó" ou "Por que eu escrevo?"

Ultimamente tenho ouvido com certa freqüência, e de diferentes pessoas, que eu escrevo bem. De maneira muito peculiar, esse é um elogio que me deixa feliz. Sim, porque, convenhamos, na nossa cultura o valor que é dado à escrita está muito aquém do valor que se dá à bunda (com o perdão da palavra) ...
Penso que no último post toquei na questão da escrita quando esclareci o sabor que as palavras têm para mim. É claro que não me referia só a escrita, mas ela, particularmente, me atrai. Engraçado... quando estava estudando para me formar fonoaudióloga ouvi duras críticas à cartilha "Caminho Suave" (que utilizei na pré-escola) e outras cartilhas; críticas que apontavam para a falha da criança na alfabetização por meio dos métodos tradicionais, ou melhor, críticas que apontavam para a falha dos métodos tradicionais na alfabetização da criança. Embora tenha dito que utilizei a cartilha Caminho Suave não foi com ela que me alfabetizei e garanto que não tive qualquer problema na aquisição da linguagem escrita, ainda que esta tenha ocorrido exatamente pelo modo tradicional. Mas imagino ter uma explicação para isso. Quer dizer, nem toda criança alfabetizada pelo método tradicional vai ter problemas de escrita (aliás, conheço muitas que não tiveram...), mas eu diria que eu tenho um vínculo afetivo muito maior e a escrita é tão importante para mim porque quem me ensinou a ler é uma pessoa muito mais que especial! Uma pessoa 54 anos mais velha que eu. Uma pessoa que, sequer, pôde estudar muito além do nível de alfabetização... Falo da minha avó!
Dona Ana, casada com o Sr. Uilter... Teve três filhos e, do modo que pôde, ensinou-lhes a ler. Guardou a cartilha (que imagino ter sido comprada com certo esforço) quando os filhos já estavam alfabetizados. Os filhos cresceram, estudaram, formaram-se, casaram-se e aí vieram os netos... uma "escadinha": a primeira em 1978, a segunda em 1979, a terceira em 1980, o quarto em 1981, a quinta (eu) em 1983 e a sexta em 1986. Todos (ou quase todos), alfabetizados pela mesma cartilha com que os pais tinham aprendido a ler... todos (ou quase), alfabetizados pela mesma mulher de pouco estudo... Olha que especial! Quer vínculo mais forte do que esse? Quer relação mais especial do que esta? Fico pensando como ela deve se sentir vendo o rumo que a vida dos filhos e agora a dos netos tomou (e está tomando)... Quer dizer, não sei se ela pensa nisso ou se ela tem essa noção, mas acredito que ela é a grande responsável pela paixão que eu tenho pelas palavras.
E, então, às vezes eu me pergunto, por que eu escrevo? Será que é para extravasar toda essa paixão? Eu diria que é muito mais do que isso... Quando falamos, muitas vezes, a palavra se perde... E isso pode ser por muitos motivos, mas penso que o principal é porque as pessoas não sabem escutar (vejam bem, eu disse escutar, e não ouvir). Acho que é por isso que presto tanta atenção ao que os outros me dizem, mesmo que seja uma coisa banal (quer dizer, se foi dito é porque, para quem disse, não é tão banal assim...). Mas, se isso acontece com a fala, o mesmo eu não posso dizer da escrita! O escrito é eterno! Olha que profundo isso, não? "O escrito é eterno".
Quer dizer, tudo muda, inclusive a convicção do escritor sobre o que já escreveu, mas o escrito continua lá, confirmando o dito ou apontando um equívoco.
Bem, então, por que eu escrevo? Penso que escrevo porque escrever me faz ser alguém, me faz mais humana. Escrevo porque a escrita me livra daquilo que me oprime, daquilo que é difícil, daquilo que não cabe mais em mim.
Mas, escrever tem certas regras (muitas, eu diria)... Estou tentando não seguir mais todas as regras. Estou tentando dar um pouco mais de emoção à minha vida. E, por isso, esse post não terminará com um ponto. Não quero obedecer esta regra. Ele vai terminar com uma vírgula... Assim,

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sobre o sabor

Era uma vez uma menina dos cabelos de milho e olhos de fubeca. Ela era, desde muito pequena, determinada e decidida, e queria abraçar o mundo! Gostava de liderar, era criativa e bem quista por muitos. Gostava de ler antes mesmo de saber ler... Todas as noites, com um livro nas mãos, fingia ler histórias para a irmã... Decorava, de tanto ouvir, histórias em quadrinhos e sabia, exatamente, o que estava escrito em cada balão.
Era apaixonada por palavras. Conseguia sentir o sabor delas... como se fossem ingredientes de um grande prato! Imaginava que quando crescesse iria escrever! Dizia ao pai que faria parte da Academia Brasileira de Letras (rsrs)! Dizia também que queria ser médica, pois queria cuidar das pessoas. Ela tinha mesmo muitos sonhos.
Quando aprendeu a ler, começou a devorar os livros das irmãs... Não eram livros para ela, a caçula da família, mas, ainda assim, ela gostava. Adorava quando a escola pedia uma leitura - e, provavelmente, era a única da sala que gostava.
Aí, ela começou a escrever... Primeiro, historinhas que assistia na TV cultura. Depois, quando cresceu um pouco mais, decidiu que escreveria um livro. E assim fez: ele teve 22 capítulos. Dois anos depois, jogou o livro fora, porque achou que era ingênuo demais (se arrependimento matasse, hoje ela estaria morta por isso!). Mais tarde, escreveu poemas e, de repente, parou de escrever...
De repente, a menina mudou! Passou a ser mais séria, mais "certinha" e, talvez, mais chata... Afinal, não se permitia errar. E, sabemos, erros fazem parte do aprendizado! Ela não podia ser boa... Tinha que ser a melhor! E começou a se cobrar muito! E foi deixando de viver assim... naturalmente. Apesar disso, a menina dos olhos de fubeca e dos cabelos de milho continuou a estudar e continuava com o paladar apurado... ainda sentia o sabor das palavras e tinha, dentro dela, o gosto pela vida, pelo novo, pelo desconhecido! Nesse tempo, que durou alguns anos, ela se formou e, diferentemente do que dizia ao pai, não quis mais ser médica... Virou fonoaudióloga porque queria que aqueles que sofressem com as palavras pudessem sentir o mesmo sabor que ela! Depois, não satisfeita com isso, virou lingüista. Queria que todos saboreassem com ela o sabor das palavras!
Mas, um dia, ela se cansou da vida que levava! Ela queria mais! Não bastava ser a boa filha, a boa profissional, a menina responsável... Ela queria, como sempre quis, abraçar o mundo! Quebrou vínculos, desatou nós e enfrentou todos com a coragem que só aqueles que sentem muito prazer em viver poderia fazer! E ela sofreu... Mas sabia que tudo era só uma fase e que esse sofrimento iria passar! Na verdade, ela voltou a ser o que sempre fora: determinada e decidida! E, ainda que muitos não conseguissem entender isso, ela, de verdade, não se importava. Ela queria só estar bem com ela mesma! Ela só queria ser feliz!
E, apesar da história começar com "era uma vez", gênero de escrita dos contos de fadas que, invariavelmente, termina com "e foi (ou foram) feliz (es) para sempre", essa história não termina assim, porque ainda não terminou e, mesmo que eu quisesse escrevê-la com um final, poderia mudar, já que a chef deste banquete sou eu... Saboreiem essas palavras!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sobre mudanças

Há certas coisas que não mudam nunca. Ou, ao menos, temos essa sensação. Melhor dizendo: temos essa ilusão, pelo menos quando se trata de pessoas... Quando esse é o assunto, a previsibilidade não existe. As pessoas mudam (de roupa, de cabelo, de opinião - Que bom!!!). Quando se trata de pessoas há sempre um "não saber" posto... "Não saber" de um em relação ao outro e, pq não, sobre si mesmo?
E existe coisa melhor do que esse "não saber"? Quer dizer, o "saber" pode trazer segurança e um certo conforto (ou seria... comodismo?) - e isso não é ruim! Mas pode tornar tudo muito monótono, muito... previsível mesmo.
E quanto ao "não saber"? Ele nos deixa curiosos, nos faz criar expectativas, faz nosso coração bater mais forte... Certamente também nos coloca em sofrimento algumas vezes, mas penso que é esse o tempero que deixa a vida tão saborosa!
Ter a certeza das conquistas deve ser bom, mas isso pode nos fazer viver sem refletir, sem questionar... E isso, definitivamente, não é bom! Meu companheiro de todas as noites - Platão (rsrsrs) - já dizia: "Uma vida não questionada não merece ser vivida".
Então, pq não parar, um pouquinho que seja, para pensar no rumo que daremos às nossas vidas? Pq não mudar de estratégia? Basta um pouco de ousadia!
Mudar não é fácil... mudar é escolher outro caminho. E uma escolha implica em não escolher todas as outras opções. E o que é que tem? Nada é definitivo...
Ouse! Arrisque! Se não der certo, não se envergonhe... Admita e tente outra vez, mas, agora, de um modo diferente...
Eu estou mudando...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Atendendo a pedidos, mais um pouco de mim

Tenho escutado, nos últimos tempos, que estou mudada... Que sou uma nova Evelin. De fato, muitas coisas aconteceram esse ano, em especial nesse segundo semestre, e elas me fizeram repensar muitas coisas, muitos valores, inclusive... E o que eu tenho pra dizer sobre isso: que não foi nada fácil... Aliás, continua sendo muito difícil!
Mas, dizer que há uma "nova Evelin" talvez seja exagero... Penso que essa que sou hoje, sempre existiu... Tal como a borboleta que um dia foi lagarta! Me sinto mais decidida, mas também mais fria, mais prática, mais racional... Não acho que isso seja muito bom... Para alguns fiquei "mais divertida", para outros "perdi a meiguice" e, para mim, eu me perdi. E, de verdade, não sei se quero me achar!
O que diria meu amigo Freud se eu fosse sua paciente? Acho que ele teria muito trabalho!
Muita coisa mudou... Hoje, para mim, somente duas coisas são certas: a morte (engraçado... não tenho mais medo dela) e a vontade de ser feliz a qualquer custo (ou quase isso)!
Tenho seguido alguns conselhos... o mais ouvido: "pense menos!". Está funcionando!
O conselho que dei a mim mesma: não faça planos! Estou seguindo também... E está sendo mais fácil do que imaginei!
Também venho me sentindo um tanto anestesiada: muita coisa não me machuca mais. O estranho é que apesar disso, consigo sentir, e acho que agora mais do que antes, felicidades! E, de alguma maneira, isso me amedronta, mas não a ponto de me fazer recuar ou mudar o caminho.
Tudo isso parece meio... "deprê"??? Não se engane! Eu não estou triste. Cássia, uma prima-irmã-amiga, disse que a música "extravasa" se encaixa perfeitamente bem nesse meu momento. Acho que ela não está errada.
Estou me descobrindo... ou me redescobrindo.
Sei que sou uma trama, onde cada um com quem me relaciono tece uma parte... Levo um pedaço de cada um comigo - e isso é pra sempre! Sei que sou aquela que existe onde não pensa... E, por isso, sou uma caixinha de surpresas (inclusive para mim)! Sei que ainda sou uma lagarta, prestes a virar borboleta.

sábado, 27 de setembro de 2008

Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia

Estive essa semana no XVI Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. Nunca havia ido em um... Já participei de outros congressos, mas sempre na Lingüística. Engraçado como consigo me sentir um "peixe fora d'água" nos dois lugares. Meus trabalhos são considerados muito "fonoaudiológicos" para a Lingüística e muito "lingüísticos" para a Fonoaudiologia. Ainda assim, sou capaz de me apaixonar pelas duas áreas que, na verdade, se complementam...
Como estava dizendo, fui ao congresso pela 1ª vez. Esperava ser massacrada com a apresentação do meu trabalho, já que ele ia na contramão de tudo que seria apresentado lá. Fiquei surpresa com o resultado e, na verdade, nem sei porque... Ninguém fez qualquer pergunta. Pior: nenhum comentário. Mais tarde entendi... quando não entendemos, geralmente nos calamos. Fui totalmente incompreendida. Quem sabe no próximo ano?
É fato que eu estava com medo dos questionamentos que estavam por vir, mas saber que ninguém entendeu nada também não é fácil!
Outro comentário: cada trabalhinho ruim nesse congresso! Aff! Me pergunto como alguém pode perder tempo com pesquisas tão insignificantes... Pesquisas que até um leigo já sabe o resultado... Quando é que essa minha classe vai evoluir? Mas, é claro, também havia trabalhos ótimos!!! Espero encontrar essas pesquisadoras mais vezes!
O melhor de tudo: a bagunça (que nem foi tanta assim), o passeio, as companhias... É ótimo estar cercada de pessoas inteligentes e com os mesmos ideais!
Adorei! Ano que vem, estarei no XVII! Apesar dos pesares...