terça-feira, 14 de abril de 2009

Retomando o blog... assim eu espero!

Passei dias afastada deste blog. Não por minha vontade... eu entrava na página de postagem mas a inspiração não vinha. Tentei achar uma explicação pra isso. Parece que é a incerteza que nos move, que nos inspira. Então, quero deixar tudo mais incerto. Complicado? É... acho que sim. E mais divertido também. Foi pensando em toda essa incerteza, que a inspiração - ainda que pequena - apareceu... Na verdade, fiquei com vontade de falar um pouco mais sobre tudo o que sempre falei aqui. Voilà:
Desde que o homem é homem, há uma tentativa de resposta às questões existenciais... Eu mesma, neste blog, já tentei, diversas vezes, dizer (ou melhor, descobrir) quem eu sou. Sempre com insucesso, é verdade. Ou porque esta é uma tarefa difícil de ser feita ou porque eu sou difícil de ser definida. Ou os dois. No orkut é moda colocar no "quem eu sou" uma frase do tipo "definir-se é limitar-se". Não acho. Até porque o que se limita é a definição, não a pessoa... Meio óbvio isso... Mas, enfim, as pessoas acham isso meio filosófico. rsrs.
De qualquer maneira, continuo em minha vã (sim, sei que é vã) tentativa de me descobrir. E fiquei pensando que uma maneira menos "limitada" (tomando emprestada a palavra de vários orkuts...) de me definir, seria por meio de expressões metafóricas. Sim, porque elas nunca querem dizer exatamente o que dizem. Sempre fica algo subentendido, algo que o leitor deve adivinhar, interpretar. E, como toda interpretação, esta seria só uma interpretação... correspondendo (ou não) à verdade. É claro, que essa resposta, a gente nunca fica sabendo. Até porque tendenciamos a tomar nossa interpretação sempre como verdadeira.
Bem, deixando toda essa lenga-lenga de lado, vamos às questões que motivaram o post: penso que passei de porta à janela. Explico isso já, mas antes quero dizer dos motivos. Primeiro, porque a própria vida me deu essa alternativa. Depois, porque janela é muito mais interessante que porta. Alguém já ouviu a expressão "surdo como janela"??? Mas, "surdo como porta" sim, não é? E eu decidi que não quero ser surda para a vida. Eu quero ouvir (e, principalmente, escutar) todos os convites que ela me propõe. E eles são vários. Eu passei anos surda para eles. É triste pensar isso. E, se existe a expressão "abrindo portas" para dizer das novas oportunidades, porque não dizer "abrindo janelas"??? É até mais desafiador: é necessário um salto (ou um certo esforço) para alcançar o objetivo. E aí, a coisa torna-se mais interessante. Tudo o que é conseguido com facilidade, perde a graça com a mesma facilidade. Ou, se não perde a graça, ao menos não ganha o valor merecido. Então eu sou janela.
Passei também da narrativa ao poema. E, confesso, me escondo nas entrelinhas. Nada é proposital. Mas penso que é perfeitamente normal e até mesmo compreensível, que não exponhamos nossa vida de tal maneira que qualquer um possa ler e, inevitavelmente, emitir sua opinião. E ainda que não haja obviedade, há os tolos que querem "meter o pitaco" na vida alheia. Isso me aborrece profundamente. Cada um que cuide da sua vida... e olhe lá!
Passei dos 40 aos 15... rsrs. E, segundo minha prima Cássia, aos 15 com RG falsa... hahaha. Tudo parece absurdamente possível. Mas há um medo do conhecido. Aquilo que eu não sei não me espanta, como era de se esperar. Muito pelo contrário. Me fascina, me atrai. É nisto que eu invisto. Mas, aquilo que eu conheço, me amedronta. Talvez seja medo de viver o mesmo - porque nada é pior do que a monotonia. Ou, talvez, nem seja medo... seja covardia mesmo (mas este é, para mim, um assunto pouco elaborado... então ele fica para outro post... ou não). O fato é que, provavelmente, estou vivendo de uma vez só tudo o que não vivi toda a minha adolescência. E, daí, uma explicação para "os 15 com RG falsa". E estou adorando. É claro que as responsabilidades não são as de uma adolescente. Mas a cabeça também não é. Talvez a vantagem esteja exatamente aí.
Passei da novela ao teatro. Não há enrolação e tudo pode ser improvisado, sem comprometer o resultado final. Eu posso encenar em cena, mas na coxia eu sou sempre eu mesma. Posso ir do riso ao choro com a maior facilidade, mas prefiro sempre o caminho inverso. Eu faço o que o papel exige de mim. Em contrapartida, minhas personagens são exatamente o que eu quero que sejam. E são tão reais que, às vezes, eu as confundo comigo. Elas são as máscaras que utilizo quando tudo parece chato demais.
Passei da costura ao alinhavo e mantenho tudo em seu devido lugar, ainda que com menos rigidez.
E o que resta, então? Alguém de atitudes intempestivas. Alguém cada dia mais intensa; e mais densa também. Alguém ainda cheia de preconceitos e neuroses, mas cada dia mais feliz.