segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minhas primeiras impressões sobre Montreal

Este artigo eu escrevi em 2009 e gostaria de compartilhá-lo aqui, com quem lê francês.


Salut, amis virtuels! Le but de cet article est de parler un peu de Montréal, la ville que j’ai choisie par améliorer mon français.
Je suis arrivée à Montréal le 31 janvier pour un séjour de 45 jours. Le programme était: étudier le français et connaître un petit peu le Canada, pour pratiquer ce qui est appris en classe.
La première semaine de classe, tous les professeurs m’ont demandé ma première impression sur Montréal. La réponse était toujours sur le bout de la langue: Montréal, c’est très froid!!! J’explique : j’habite au Brésil, un pays chaud, et je n’aime pas le froid. Mais, pour des raisons indépendantes de ma volonté, je suis venue étudier ici au milieu de l’hiver.
Le froid me laisse toujours somnolente, donc, pendant la semaine, je ne veux pas beaucoup sortir. Je suis comme une ourse qui veut hiberner (rsrs). Je profite, alors, des week-ends pour marcher et connaître les points touristiques.
Montréal a quelque chose d’européen qui m’enchante. De tout ce que j’ai vu jusqu’aujourd'hui , je peux affirmer qu’une visite dans le Vieux Montréal est obligatoire et connaître la Basilique Notre-Dame est indispensable. Ça vaut la peine!
Bien que je n’aime pas l’hiver, une observation doit être faite: je trouve très beau quand le soleil apparaît et, qu’on regarde la neige, on voit des petits points brillants, comme si c’étaient des bijoux. Des cristaux, sans doute, mais, dans ce cas, de glace. J’aime aussi voir la neige tomber. Chaque flocon de neige est comme une petite étoile. C’est beau !
Mais, la chose que j’ aime le plus ici est, sans doute, entendre les gens qui parlent français, «la langue de l’amour». J’essaie de faire attention à ce que les gens disent dans le bus et le métro (oui, ma mère m’a déjà dit que c’est très laid, mais c’est irrésistible!!!). Je ne comprends pas toujours, mais je suis heureuse quand je comprends quelque chose!
Je disais tout le temps à mes amis que ce ne serait pas le voyage de mes rêves. Mais, je dois l’avouer, il a dépassé mes attentes ! La ville est plus belle que je ne l’imaginais, les gens sont infiniment plus sympas et accueillants que je le ne pensais, le cours offert est plus chouette que je ne l’imaginais, et, bien sûr, je n’ai pas cesser de réclamer, le froid est beaucoup plus intense que je ne pensais (mais je m’y suis habituée).
Je pense que tout le monde devrait passer par cette expérience. J’ai joint l’ utile à l’agréable. J’ai étudié une autre langue et j’ai connu des lieux merveilleux ! Je crois que je peux dire que je n’ ai jamais été aussi heureuse!!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bagunça

Primeiro uma vertiginosa vertigem. Tudo roda. Tudo parece fora de lugar. Ei... cadê aquela certeza que estava aqui? Ah, sim, com tudo rodando, foi parar do outro lado! Agora, em meio a toda tontura, preciso procurar tudo o que ficou fora de lugar... Encontro quase tudo de imediato. É bom saber que não trato os meus valores com o mesmo descaso que trato a minha casa. Eles ficam todos em ordem. Assim é mais fácil procurá-los. Falta encontrar a paz de espírito, a esperança e a confiança. Têm de estar em algum lugar aqui perto. Mas a visão está um pouco desfocada e fica difícil procurar as coisas assim!
Aí encontro os sonhos. Sim, faltava os sonhos e eu não havia me dado conta! Como pude me esquecer deles? Pego-os com cuidado e, antes de colocá-los no lugar, dou uma cuidadosa olhadela. Ali estão todos os meus sonhos. Os que já tive, os que tenho e os que ainda terei. Por algum motivo que me escapa à compreensão, sou incapaz de ler os sonhos futuros. Mas leio os sonhos passados e rio da minha ingenuidade. Leio os sonhos de agora. E percebo que são grandes e difíceis. Mas não impossíveis. Nunca tive medo de arregaçar as mangas e trabalhar. Então penso que é bobagem pensar nas dificuldades. Não tenho medo delas. Fecho cuidadosamente o livro dos sonhos e, antes de colocá-lo no lugar, me deparo com uma caixinha.
Deixo o livro de lado e vou, curiosa como sempre, ver o que tem naquela minha caixinha. Abro só um pouquinho, mas o suficiente para que meus olhos já se encham de lágrimas. Procuro minha cama para esconder embaixo dela aquela caixinha, mas agora me encontro num cômodo sem móveis. Só eu e minhas coisas mais íntimas. Abro novamente a caixinha e alí estão todas as dores que causei aos outros e aquelas que causo a mim mesma. E me dou conta de como tenho sido dura! Aí penso ser melhor não esconder a caixinha. Penso que o melhor a fazer é tirar cada mágoa dali e tentar transformá-las em qualquer coisa que não seja feia o suficiente pra ficar escondida numa caixa.
Olho prum canto e vejo toda encolhida alí a confiança. Não me lembrava dela ser pequena daquele jeito... E anoto no bloquinho da minha memória que preciso alimentá-la melhor! Sem querer, chuto um potinho e deixo derramar uma certa quantidade do pó que havia lá dentro. Pego o pote e leio o rótulo: ESPERANÇA. "Que ótimo", penso comigo mesma, "lá se foi um pouco de esperança". Anoto no meu bloquinho que preciso pensar numa maneira de multiplicar a esperança. Mas mais tarde... Agora era preciso terminar de pôr ordem nas coisas. Faltava bem pouco. Mas demorei muito até me dar conta de que a paz de espírito eu não iria encontrar alí. Ela estava em mim. E quando me dei conta disso, passei a senti-la mais forte.
Então a vertigem passou. Olhei em volta e aprovei a nova arrumação do cômodo. Uma última anotação no bloquinho: detesto essa necessidade de escrever!