quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Minha história de amor com o... CANADA

Meu nome é Evelin Tesser, tenho 28 anos, casada. Sou paulistana, brasileira, tenho RG, CPF, carteira de trabalho e passaporte. Sou fonoaudióloga, Mestre em Linguística e Doutoranda também em Linguística. Tenho conta em dois bancos e um ótimo histórico de crédito. Tenho um plano de saúde que utilizo só para fazer consultas e exames de rotina (ainda bem!). Esse é o meu discurso no Brasil.
No Canadá, o discurso é bem diferente: Meu nome é Evelin Tesser, tenho 28 anos, casada. Sou brasileira, mas moro em Montréal há menos de seis meses. Não tenho documento (à exceção do passaporte brasileiro), profissão, conta em banco e nem plano de saúde.
Ainda assim, eu preferi arriscar a vida no Canadá. É claro que em breve terei meus documentos canadenses e minha conta no banco. Mas vai demorar um pouquinho ainda para conseguir exercer minha profissão lá, o que significa que vou ter que trabalhar no que aparecer...
Se a vida de um imigrante recém chegado não é nada fácil, por que eu troquei o conforto da vida que eu levava no Brasil por essa outra mais dura? Bem, os motivos são vários.
Quando eu fui à Montréal pela primeira vez, eu me apaixonei pela cidade. A segurança do lugar me deixou encantada!! Eu nunca fui assaltada no Brasil, mas sempre fui muito precavida, nunca abusei da sorte. Diferentemente, em Montréal, eu voltava pra casa sozinha, de metrô e ônibus, depois de uma balada, na madrugada, e eu sabia que ia chegar bem em casa, que ninguém ia me perturbar na rua. Além disso, quando eu ia para as aulas de francês, minha carteira ficava no bolso mais externo da mochila, porque era mais fácil pra eu pegar. E eu estava segura de que ninguém ia tentar abrir minha mochila pra pegar minha carteira. E, de fato, nunca ninguém tentou.
A segunda coisa que me chamou a atenção, tinha a ver com a minha profissão. Falta profissionais da saúde lá. E os salários não são ridículos como os salários do Brasil. É claro que eu não pretendo ficar rica, porque eu sei que isso não vai acontecer mas, se eu conseguir exercer minha profissão lá (e vou fazer o possível pra que isso aconteça!) vou trabalhar muito menos do que os fonoaudiólogos costumam trabalhar no Brasil para terem um salário decente e vou conseguir um salário ainda melhor.
O terceiro e decisivo motivo tem a ver com o fato do meu marido (na época do início do processo, namorado) já ser residente canadense.
Esses foram os fatores que me fizeram mudar de país, mas há mais coisas que me incomodam no Brasil. Na verdade, o que mais me incomoda é a falta de educação das pessoas. É a falta de gentileza. É o "jeitinho" que o brasileiro dá pra tudo. É o egoísmo. O brasileiro é famoso por sua simpatia, mas também é pela sua malandragem. É por isso que eu não sinto falta do Brasil. Sinto falta de algumas pessoas, óbvio, mas não do país. Não sinto falta do trânsito maluco e das pessoas que não se respeitam. Não sinto falta da burocracia exagerada, da corrupção praticamente declarada e do povo de mãos atadas pela falta de informação.
O Canadá é melhor? Em muitos aspectos sim! Mas, verdade seja dita, não em todos. Não é melhor na saúde, por exemplo. Nem no clima - aí é opinião pessoal, porque eu AMO calor! Mas todo o resto compensa.
Imigrar não é pra qualquer um. Tem que ter desprendimento. Tem que ter coragem. Tem que estar preparado pra trabalhar, estudar e resolver todos os problemas do dia-a-dia numa língua que não é a sua. As vezes, bate um desespero.
Se eu pretendo voltar um dia? Na verdade não pretendo, mas também não descarto. Afinal, sou brasileira, como quase todo mundo que está lendo esse post e, por isso, tenho esse direito. Também não descarto viver no México. Há três anos eu não poderia imaginar que minha vida seria assim hoje. Então, quem pode garantir o futuro?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Nosso camento, parte 3: O civil e a festinha no Canada

Caros leitores,

Me casei dia 21 de outubro. Vocês devem estar se perguntando: outra vez? Pois é... Desta vez, no civil, e em Montréal. E por que Montréal? Bem, essa pergunta é ainda mais fácil de responder... É porque casar em Montréal tem apenas 10% da burocracia que existe para casar no Brasil. Era apenas apresentar passaporte, certidão de nascimento traduzida, preencher dois formulários e pagar a taxa.
Mas se engana quem pensa que foi tudo assim facinho... Foi não. Sempre tem que haver um contratempo. E eu, que já estava no meu terceiro casamento (com o mesmo marido, devo esclarecer), já devia saber disso.
Apresentei todos os documentos no final de agosto. Não fiz isso antes porque faltava traduzir a minha certidão de nascimento. Então, ao final de agosto, com todos os documentos em mãos, me dirigi junto com Heri e nossa amiga Ana, que seria nossa testemunha, ao Palácio de Justiça (onde são realizadas as cerimonias civis) para marcar a data. Aí disseram que deveríamos esperar 20 dias e eles nos ligariam e diriam quando seria o casamento. Passaram 20 dias e ninguém ligou. Fui até lá questionar a demora. E aí, o senhorzinho que me atendeu bem ao lado de uma placa de "respeite o funcionário público ou você vai ver o que é bom pra tosse" me disse que ninguém havia me ligado porque eu não havia levado a tradução da minha certidão de nascimento. Como assim??? Fiquei perplexa, já que eu havia demorado a marcar justamente porque estava esperando a bendita tradução. Eu disse que eu havia levado sim e ele continuou afirmando que não... Pôxa, como deve ser difícil para ele assumir que perderam meu documento... Mas, enfim, só não insisti mais por conta da placa de "respeite o funcionário público ou você vai ver o que é bom pra tosse"... rs. Depois de eu enviar nova cópia da tradução do meu documento, a data foi finalmente fixada. E, a partir daí, tudo deu super certo!
O único "porém" é que eu estava de viagem marcada para o Brasil no dia seguinte ao casamento. E a festinha que havíamos prometido para os amigos montrealais??? Diante do impasse, decidimos: a festa seria antes da celebração... Sei, caro leitor... Isso é bem estranho... Comemorar algo que ainda não aconteceu... rs. Mas a culpa é toda do velhinho-servidor-público-ameaçador que perdeu meu documento.
Apesar da festa ter sido antes da cerimônia, vou relatar aqui como eu gostaria que tivesse sido. Então, vou começar pela cerimônia mesmo. Ela foi super simples, mas bonita (ao menos eu achei, claro) e durou apenas 10 minutos. Primeiro a juíza leu as leis do código civil do Québec concernente ao casamento. Depois ela pediu que nos déssemos as mãos e então perguntou se queríamos mesmo casar. Diante de nossas respostas afirmativas (um "oui" bem sonoro!!rs) ela nos declarou époux e épouse e autorizou o beijo. Aí assinamos a papelada e acabou a cerimônia! Simples assim.
Agora a festa... Passei dois dias na cozinha, preparando coisinhas gostosas para 30 convidados. Pães (frango com cream cheese, peperoni com queijo e pizza), torta de palmito, quiche de brócolis com bacon, beijinho, brigadeiro, casadinho, flamboyant, mousse de maracujá e bolo de três leites recheado com doce de leite e chocolate branco. Ficou tudo bem bom, porque fiz tudo com muito carinho!!! E a festa também foi bem boa! A casa estava lotada de gente animada: nossos novos e já queridos amigos. Foram 5 horas de muita risada, muita diversão e muita conversa (em vários idiomas, porque tínhamos convidados de nove nacionalidades diferentes!!!). Pena que já passou... Agora tenho que pensar em como será a comemoração de um ano de casados... E mais difícil que isso: quando será essa comemoração, já que temos 3 datas diferentes para comemorar nossa união. E viva o amor!!! =)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Meu Casamento, parte 2 - A Festa no México

Sempre achei os mexicanos muito animados! Então, minhas expectativas para a minha festa de casamento no México eram altas. E, felizmente, eu não me decepcionei!
A festa estava marcada para as 20:15h. Mas Heri, já sabendo da (im)pontualidade dos mexicanos, avisou que a festa seria as 20h. Nós, os noivos, chegaríamos as 21h.
O cronograma era o seguinte: chegaríamos à festa, seríamos anunciados, entraríamos e nos colocaríamos na pista para iniciar o tango que tanto havíamos ensaiado. Em seguida, dançaríamos a valsa. Inclusive com nossos pais e com meus cunhados. Depois, o tão temido discurso. Em seguida, seria servido o jantar. A meia noite, faríamos a "Víbora do Mar" e depois eu jogaria meu buquê e Heri jogaria minha liga.
Nós, de fato, chegamos as 21h. E para nossa surpresa (para minha surpresa, ao menos), o salão não estava completamente cheio. Sendo bem realista: estava meio cheio. O que foi bom porque, na minha opinião, o tango foi um fiasco. Havíamos ensaiado tanto e estava tão bonito!!!! Mas, na hora, no nervosismo, esquecemos tudo o que devíamos fazer! Enfim, parece que os convidados não notaram muito, porque disseram que foi bonita a nossa dança. Mas nós, que sabíamos como devia ser, ficamos um pouco decepcionados.
Na hora da valsa, iniciamos dançando com nossos pais... Eu com meu pai e Heri com sua mãe. Em seguida, eu com seu pai e ele com minha mãe. Depois com seus irmãos e irmãs. E, nessa hora, me dei conta de que uma de suas irmãs ainda não havia chegado. Que triste! A minha fofita querida estava atrasada e já havia perdido a dança dos noivos e a valsa!
Em seguida, o discurso. O meu, eu havia preparado há um tempão, tamanho era o medo... rs. No Brasil não é comum isso! O Heri preparou o dele algumas horinhas antes da festa. E ficou lindo! Seu pai, como bom anfitrião, fez um agradecimento especial aos convidados. O meu pai fez um discurso que fez todo mundo rir... Contou minha história com Heri do seu ponto de vista (o que acabou distorcendo um pouco a história, diga-se de passagem) e terminou avisando que, agora, Heri também era seu filho e, como tal, deveria saber que "lá em casa, com os filhos, o coro come!" Hahahaha. Só meu pai mesmo!
Alex, meu cunhado, também falou, e foi ele que sugeriu o brinde! Foi bem legal!
Aí veio o jantar: rolinhos de siri com salada verde, sopa de salsinha com nozes tostadas, carne de vitela ao vinho do porto e legumes e, para fechar com chave de ouro, bolo de tres leites com doce de leite. E muita bebida: tequila, rum, vodka, uisque, refrigerante... E dá-lhe calorias!!!
Mas para que se preocupar com isso?? Nesta hora, todos que tinham que chegar já haviam chegado e a pista de dança bombou a noite inteirinha e lá todos gastaram o excesso consumido no jantar.
A meia noite, paramos para fazer a Víbora do Mar. Trata-se de uma brincadeira da qual participam as moças e moços solteiros. Primeiro, os noivos sobem em cima de banquinhos e o noivo segura a ponta do véu da noiva. Aí, as moças solteiras fazem um trenzinho e dançam passando por baixo da ponte criada pelo véu da noiva. Como elas podem se desiquilibrar enquanto dançam, há quem fique segurando os noivos. Terminada a dança, eu joguei meu buquê. Quem pegou foi uma amiga das minhas cunhadas. Confesso que eu torcia para que Moni, uma das irmãs do Heri pegasse... Mas não foi dessa vez.
Depois é a vez dos moços. Aí a coisa pega... Porque eles tentam derrubar o noivo do banquinho!!! Haja segurança pros noivos!!! Conseguiram até arrancar meu véu. Mas é extremamente divertido! Depois Heri tirou minha liga e jogou. Um amigo do seu antigo trabalho agarrou a liga.
Diferentemente do que aconteceu na festa do Brasil, no México a liga foi muito mais disputada do que o buquê!
Muitas e muitas danças e fotos depois, chegou a hora dos Mariachis! Foi bem bonito!!! Pena que era a última hora da festa. Junto com a apresentação deles, foi servido chilaquiles. Que delícia!!!! E Heri aproveitou o momento para "passar a camisa"... rs. Pois é, no Brasil, vende-se um pedacinho da gravata. No México, os convidados alfinetam dinheiro na camisa do noivo.
E a festa terminou com gostinho de quero mais. Foi a festa mais divertida em que eu já fui. E o melhor: era minha!!! =)
Para quem ficou curioso e quer saber o conteúdo do discurso dos noivos, aí vai:

Discurso do Heri:
"El día que te conocí tuve el presentimiento que tú eras la mujer de mi vida, la mujer con la que tanto había soñado, la que tanto había estado esperado, con la que quería formar una hermosa familia, con la que quería hacerme bien viejito, ese día solo bastaron 5 minutos para darme cuenta que el amor a primera vista existía, en 5 minutos despertaste en mi las ganas de querer conocerte mas, de saber que alimentaba esa hermosa sonrisa y ese brillo en los ojos, que solo tú tienes, para fomentarlo para el resto de tu vida. Después de esa plática, tenía una nueva misión de vida, descubrir cuáles eran todos tus sueños y anhelos, fusionarlos con los míos, desarrollar las estrategias para conseguir todos esos sueños, esta noche estamos cumpliendo uno de los grandes que teníamos en nuestra lista. Tu me has ayudado a descubrir lo que verdaderamente es la felicidad. Te amo con todo mi corazón y te prometo enfrente de todos mis seres queridos que te hare mas feliz de lo que ya eres.
Me gustaría aprovechar la oportunidad, para agradecerles a cada uno de ustedes por acompañarnos este dia tan importante, y decirles que los quiero mucho. Gracias
Para los amigos extranjeros: Thank you very much guys, it is amazing that you guys made it, i hope you guys enjoy the mexican party."

Meu discurso:
"Primero que nada me gustaria agradecer la presencia de todos ustedes que estan aqui para compartir con nosotros este que es uno de los dias más especiales de nuestras vidas! Muchas gracias!
Bueno... me gustaria decir que yo me enamoré por Heriberto muy rápidamente. Porque él es una persona apasionante! Y desde que me di cuenta de esa pasión, yo tenía en él mi mejor amigo, mi maestro, mi confidente, mi fortaleza, mi compañero. Y hoy, además de todo eso, es mi esposo! El día que nos conocimos ahí, en la cafeteria (te acuerdas?), no podia imaginar que llegaria este momento. Pero Dios nos ha guiado hasta ahora, haciéndonos ver que el amor estaba junto a nosotros y nos ayudó a enfrentar todos estos kilómetros de distancia que nos separaba.
Hoy, Heri, quiero te prometer mucho más que amor y fidelidad. Quiero prometer que yo seré feliz para hacerte feliz. Que estaré a tu lado en todos los momentos, felices o no. Que tu serás para siempre mi verdadero amor. Con quien voy a envejecer. Estaré a tu lado en un momento llamado SIEMPRE.
Te amo muchísimo!"

sábado, 9 de julho de 2011

Meu Casamento

Organizar um casamento é um misto de sonho e pesadelo. Sonho porque muitas noivas pensam desde pequenininhas como vai ser o dia de seu casamento, e quando chega o momento de organizar, ela pode colocar tudo aquilo que pensou em prática! E pesadelo porque nem tudo sai como o planejado.
Organizar o meu casamento foi a coisa mais gostosa que já fiz! Passei horas, durante vários dias (meses, eu diria) pensando nisso! E também trabalhando nisso! Foram 3 meses pintando, fazendo bolinhas, envernizando, fazendo lacinhos, colando tags... Deu muito trabalho, mas eu acho que faria tudo outra vez!
Como nem tudo são flores, tive muitas intercorrências. Noiva é neurótica? É sim, sem dúvidas, mas não sem motivos. Tudo deve sair perfeito!
Meu primeiro problema foi logo ao tentar agendar a data: Sem casamento civil previamente marcado, a Igreja Católica não realiza o Sacramento do Matrimônio. Pôxa, mas meu caso era especial!!! Então eu teria que vir ao Canadá, casar-me no civil, voltar ao Brasil para casar-me na Igreja, como manda o figurino e, por fim, regressar ao Canadá para viver... Haja dinheiro!!! E dinheiro sobrando é coisa que nenhuma noiva tem! Então, conversei com o padre, que me orientou a escrever uma carta ao Bispo, contando minha história e pedindo uma autorização para casar-me na igreja sem o civil. E comprometendo-me a entregar a certidão de casamento assim que ele se realizar.
A carta que escrevi continha seis folhas e minhas irmãs juraram que o bispo dormiria no meio da leitura. Se ele dormiu, eu não sei, só sei que duas semana depois eu recebi a informação de que o casamento havia sido autorizado!
O próximo percalço foi o meu vestido de noiva. Não gostava de nenhum. Achava todos bregas! Hahahaha. Bem, nem todos. Muitos eu achava bonitos.... Mas no manequim, porque em mim ficava brega! Hahahaha. Até que encontrei um, em uma loja de Santo André, pelo qual me encantei. E soube, naquele momento, que aquele seria meu vestido. Mas ele custava R$5.500,00, e essa era uma quantia que eu não pensava em gastar com vestido. Então encontrei um "ateliê" que me prometeu o mesmo vestido por quase R$2.000,00. Uau, essa era a oportunidade! Encomendei meu vestido com quase 5 meses de antecedência, e a promessa é a de que eu faria a primeira prova 60 dias depois da encomenda feita. O fato é que, faltando apenas um mês para o meu casamento, nem sinal do vestido! Imaginem o meu desespero!!! Noites sem dormir e, quando eu dormia, meu sono era recheado de pesadelos! A boca cheia de aftas... os dedos da mão sofrendo com a desidrose! E o cabelo caindo mais do que o normal (ou seria o ralo do banheiro que estava ficando cabeludo???)... O fato é que a gota d'água foi um telefonema com a "vendedora" no qual ela me tratou muito grosseiramente e de maneira nada profissional. Aí decidi comprar outro vestido. Mas esse vai ser assunto pra um outro tópico...
O último obstáculo a ser superado foi o mais difícil... Porque não dependia de mim, nem do noivo, nem de qualquer profissional contratado para fazer do dia do meu casamento o dia mais feliz da minha vida. Dependia de Deus, da sorte, do carma... sei lá... Era o maldito vulcão chileno que depois de dez dias sem emitir nenhuma fumacinha começou a atrapalhar meus planos... Até aí, o noivo já havia chegado (ufa!), mas meus sogros estavam presos na Argentina e o vôo havia sido cancelado justamente por causa das cinzas... Estávamos angustiados, sem saber se eles chegariam a tempo! Heri seria o primeiro filho a se casar na Igreja, e talvez eles não estariam presentes. Isso me deixava bem triste.
Mas Deus sempre sabe o que faz! Meus sogros chegaram à Igreja quarenta e cinco minutos antes da cerimônia, vindos no único vôo que saiu da Argentina naquele dia, e os anjos que fazem parte do curso de noivos da Igreja os ajudaram passando suas roupas. No momento da cerimônia, estavam prontos!
Quando eu cheguei na Igreja, estava tudo pronto! A Elis, a fada-madrinha que contratei como decoradora, veio me mostrar uma foto de como havia ficado a decoração. Ficou mais bonita do que eu imaginei. Super clean, super romântica, super linda! Escutei a orquestra tocando para a entrada dos padrinhos. E, então, escutei a clarinada. Foi nesse momento em que me dei conta de que estava ansiosa. Porque até então, parecia que nem era comigo... rs. E logo escuto a marcha nupcial e as portas da igreja se abriram para que eu entrasse.
Entrei com meu pai, olhar fixo no altar para ver se eu via o noivo. Mas com todos os convidados em pé, o noivo acabou ficando escondido, então só restou sorrir para os convidados e tentar ver quem estava presente alí. Só quando eu estava bem pertinho do altar é que consegui ver o Heri. E ele estava lindo!!! Mais do que eu havia imaginado!
A cerimônia durou cerca de quarenta minutos e eu quase não me lembro do que o padre disse, nem das músicas que tocaram, nem nada... Só lembro da entrada do Gabri (lindo!!!), que foi o meu pajem e foi a sensação da cerimônia!, do "Claro que sim!" do Heri, quando o Padre perguntou se era por livre e espontânea vontade que ele se casava comigo, e do momento da saída, quando vi meu vozinho querido chorando muito. Aí eu também não aguentei e acabei chorando!
Nesses quarenta minutos (que para mim não foi mais que cinco minutinhos), experimentei uma felicidade nunca antes sentida! Foi o dia mais feliz da minha vida!
Agora, se engana quem diz que casamento é só uma vez na vida!!! Em setembro tem a segunda rodada! México que nos aguarde!!!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Chá de Lingerie

Passo horas do meu dia pesquisando coisas para meu casamento. E foi numa dessas pesquisas que eu descobri o Chá de Lingerie. Na verdade, ele nem é mais tão novidade, algumas noivas já vem preparando esse tipo de evento ha pelo menos 3 anos. Mas eu mesma nunca tinha ido em um. E como ficaria bem difícil levar presentes de chá de cozinha do Brasil para o Canadá, resolvi que uma maneira divertida de me reunir com minhas amigas seria fazendo o tal do Chá de Lingerie.
Eu já tinha visto algumas lojas em São Paulo que organizavam esse tipo de evento. Mas eu não moro em SP e 95% das minhas convidadas também não moram lá. A grande dificuldade foi encontrar uma loja na minha cidade que organizasse isso de maneira bem legal. Pesquisa vai, pesquisa vem, encontrei a Angelique. É uma boutique de lingeries e mimos super linda! E foi a única loja que encontrei em minha cidade!!! Fui conhecer a loja e gostei bastante, mas eu não tinha nenhuma referência sobre ela, o que me deixou um pouco receosa... mas, como não havia outra loja, foi aí mesmo que assinei contrato. E não me arrependi nadinha! =)

Para o meu chá (que de chá não tinha nada... a bebida top foi um espumante!) convidei 30 amigas. Infelizmente, quase metade não foi. A única coisa que eu posso dizer quanto a isso é: azar de quem não foi! hahahaha. Quem foi ADOROU! E eu também AMEI!
Conforme as convidadas iam chegando, eram servidos paezinhos, canapes, salgadinhos, refrigerante, água e muito espumante! Iam chegando, conhecendo a loja, conversando... As conversas mais interessantes e engraçadas estavam em um cantinho escondido da loja: o sex shop!
Depois de muita conversa, muitas fotos e risadas, chegou a Flávia, a responsável pelo que seria o ponto alto desse encontro: ela ia nos ensinar como fazer striptease (y otras cositas más). A Flávia é uma consultora sensual, ou personal sexy, como muitos chamam, e é super simpática e divertida! Deu dicas super úteis! Hahaha.
Depois da palestra da Flávia, comemos docinhos e bolo, cada uma comprou o que queria na loja! Como fiquei sabendo lá no dia, esse tipo de loja é uma que os maridos/noivos/namorados não se importam de deixar a mulher gastar... Por que será?
Dois dias depois eu fui escolher as lingeries que minhas convidadas ajudaram a pagar. Deu pra eu escolher 9 peças LINDÍSSIMAS!! E ainda por cima ganhei um ensaio sensual, cujas fotos ficaram MARAVILHOSAS (mas só o futuro marido poderá ve-las!).
Gostaria de aproveitar o espaço para agradecer as amigas presentes e dizer que sem vocês não teria sido tão divertido!!
E, agora sim, que venha o casamento (e a lua de mel, claro!)!!!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Coisas que não suporto

Tem três coisas que eu realmente não suporto... Uma delas é o que eu vou fazer nesse post: reclamação. Detesto ouvir as pessoas reclamando da vida... Vocês já repararam no quanto vocês reclamam? Ou no quanto as pessoas à sua volta reclamam? Reclamam do trânsito, do clima, do vizinho, da saúde... Essa é a pior... Porque você escuta uma pessoa reclamando de um determinado problema e a outra diz que também tem aquilo mas que é ainda mais difícil, porque também tem outra coisa junto... Quer dizer, as pessoas competem inclusive na dor!! Pode uma coisa dessas? Eu, hein!?!
Outra coisa que eu não suporto é fofoca. Vamos esclarecer aqui uma coisa: há notícias e há fofocas, e é bom que saibamos diferenciar uma coisa da outra. Quando alguém me conta alguma coisa bem legal, como por exemplo, quando fico sabendo que alguém da família ou alguma amiga está esperando um bebê, começo a sentir uma coceirinha na língua.... não aguento de vontade de contar para as pessoas à minha volta essa ótima novidade! E isso não é fofoca (pelo menos eu não acho que seja), é uma notícia. Porque mais cedo ou mais tarde, todos vão saber mesmo... Porque todos que receberem a notícia ficarão felizes (pelo menos é o que se espera). E, principalmente, porque "a fonte" da notícia não será prejudicada.
Agora, na fofoca, não é bem assim. Em geral, a fofoca é algo que não acrescenta nada para ninguém. E, muitas vezes, pode até prejudicar alguém, o alvo da fofoca. E o que mais impressiona, é a quantidade de gente fofoqueira que tem nesse mundo! Por vezes me sinto rodeada desse tipo de gente e isso me sufuca!
O terceiro tópico do "coisas que eu não suporto" vai para intrigas! Não sei o que é pior, se é gente fofoqueira ou gente intriguenta. Mas o difícil mesmo é quando você está perto de gente fofoqueira E intriguenta. Aí não há bom humor que resista, não é mesmo?
Tenho observado muita gente pequena... E isso me angustia. Pessoas que se incomodam com a felicidade alheia.
Me sinto desencaixada desse mundo padronizado de imbecilidades.
Pronto, falei!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Curso de Noivos

Bonjour, caros amigos,

Como já é de conhecimento de muitos (pelo menos é de conhecimento dos mais próximos), caso-me este ano. E como também muitos já sabem, foi uma novela para conseguir que a Igreja Católica aceitasse realizar meu casamento. Bem, obstáculos superados à parte, esse fim de semana Heri e eu fizemos o curso de noivos. Ou, como se chama aqui em Montréal, "la session de préparation au mariage". Esse curso, no Brasil, tem duração de algumas horinhas apenas, mas em Montréal ele dura dois dias e meio. E custa oito vezes mais.
Bem, vamos ao que interessa. Não tinha exatamente uma idéia de como seria esse curso. No Brasil mais ou menos eu sei como é, porque minhas irmãs fizeram, mas em Montréal eu não conheço ninguém que tenha feito.
Eu já tinha lido que em Montréal as pessoas não tem o hábito de se casarem na igreja. Então fui preparada para encontrar um curso "às moscas". Heureusement, eu estava enganada. O curso de fim de semana contou com 24 casais. Para começar, fomos divididos em tres grupos e cada grupo era coordenado por um casal.
Na sexta-feira, o tema do encontro era "projeto de vida e os valores". Foi um tema legal para pensar e, literalmente, colocar na ponta do lápis tudo o que pensamos sobre o casamento e sobre o futuro marido (ou sobre a futura esposa, no caso dele). Foi legal também para especificar quais valores são importantes para mim e quais são importantes para ele (e combinamos em 70% dos valores!!!). Cabe dizer que a sexta-feira foi o dia mais desanimado... Depois de sexta, pensei "chega logo domingo a noite!!!". Mas sábado e domingo foram bem mais agradáveis e passaram correndo!
Sábado teve como tema "A comunicação do casal". Nesse dia falamos sobre nossos desejos e necessidades, sobre o que estamos dispostos a fazer para evitar os desentendimentos. Neste dia aprendemos que é bobagem dizer "nós nos casamos", porque o casamento não é onde nos doamos um ao outro uma única vez... Casamento é se doar todos os dias!
No domingo discutimos sobre "Negociação". Na minha opinião foi o dia mais legal! Me dei conta de como é minha maneira de nogociar as coisas e percebi que preciso melhorar muito... rs! Mas o mais legal desse dia, foi o trabalho que fiz com Heri, no qual colaboramos, compartilhamos e, mesmo sem poder trocar uma palavra com ele, complementamos um o trabalho do outro. Me senti super feliz!
O dia terminou com uma missa bonita e os votos de um feliz casamento pra nós.
ADOREI!!!
E, agora, que venha o casamento!!!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Nota rápida de ano novo

2011 chegou. E com ele, todas as esperanças comuns dos brasileiros para o ano que se inicia. O meu reveillon este ano foi um pouco diferente. Não passei junto de minha família, como habitualmente. Passei em Montréal com o amor da minha vida. Foi super bonito!
Fui com Heri ao Vieux Port (Velho Porto) de Montréal assistir a queima de fogos dançantes. Chegamos quinze minutos antes da meia-noite. Havia um show de uma banda quebecois (lê-se quebecoá... rs). Quinze segundos antes da virada, começou a contagem regressiva. Foi um pouco desanimada, mas acho que assim são os canadenses... rs. Mas, enfim, em seguida começou a queima de fogos. Era acompanhada de músicas e acontecia no ritmo de cada música. Super!!!
E, pra completar, a temperatura ajudou... 4 graus positivos!!! =)
Assim foi meu início de ano! Um início diferente para um ano que promete ser diferente... reta final do doutorado, casamento, mudança de cidade, estado, país, hemisfério... ufa! rs.
Feliz Ano Novo!!!