terça-feira, 15 de dezembro de 2009

E 2009 está chegando ao fim...

O final do ano está chegando e, com ele, vem toda aquela reflexão... o balanço pra saber o que valeu a pena e o que precisa ser consertado. E, pensando um pouquinho, consigo resumir 2009 em uma única palavra: PERFEITO. Simples assim! 2009 foi um ano perfeito. Porque acredito que este ano, acertei até quando errei... rs. Quer dizer todas as ações (as louváveis e muitas outras nem tão louváveis assim) me levaram para ótimos lugares (literal e metaforicamente falando...).
Aproveitei 2009 ao máximo. E, ao lerem máximo, pensem no máximo mesmo! Fiz tudo o que tinha vontade. Viajei a beça (conheci Montréal, Toronto, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Cidade do México, Queretaro, Guanajuato e San Miguel), comi sem culpa (e engordei 3 péssimos quilos que não me deixam de jeito nenhum!!), aprendi a dançar, fiz vários amigos bacanas, arrumei O namorado (e que namorado!! Ainda tenho medo de acordar e ver que estava sonhando...). Foi o ano também em que ganhei minha tão sonhada bolsa de estudos para a França.
Claro que tudo foi a base de trabalho. Nada vem fácil e quem me conhece sabe que eu realmente luto por aquilo que quero.
Agora 2010 tá aí. E estou me sentindo um tanto quanto de mãos atadas. Porque agora, indo pra França, toda a minha vida, exceto a acadêmica, vira uma incógnita. Eu já disse aqui que gosto de incertezas. E não é mentira. Mas, tendo quase tudo incerto, dá um pouquinho de medo. Então, meus planos para 2010 são poucos: estudar muito, passear um pouco, viajar nas férias do meio do ano (porque, afinal de contas, o coração precisa ser feliz também), estudar mais e mais e mais. Não vou prometer para 2010 ir à academia ou iniciar o regime. Não faço promessas sem ter a intenção de cumpri-las. Minha promessa para 2010 é manter o sorriso nos lábios e o brilho no olhar mesmo em meio à toda adversidade prevista. Prometo continuar experimentando essa felicidade incrível que vivi em 2009 e cuidando para que ela aumente sempre! Prometo fazer o possível para contagiar aqueles a minha volta com a minha felicidade.
Aos meus amigos e leitores queridos, neste que pretendo que seja o último post do ano, desejo um ótimo finalzinho de 2009 e que 2010 seja ainda muito melhor!

Beijos!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

México! Ai ai....

Esqueça aquela idéia de que no México o que se vê são mexicanos usando um grande sombrero, bebendo tequila, sentados num chão árido sobre a sombra de um cactus... Há, realmente, muitos cactus no México, existe uma parte árida, os mexicanos gostam mesmo de tequila e os cantores de mariachi usam o sombrero. Mas não é nada como o estereótipo que fazemos do México e do povo mexicano.
Na minha opinião, quem diz que brasileiro é o povo mais simpático do mundo, definitivamente não conhece o povo mexicano. São acolhedores. Do momento em que coloquei os pés em solo mexicano até o momento em que os tirei, me senti em casa! Completamente a vontade! O atendente da imigração tinha um bom humor incrível... Os policiais do aeroporto, extremamente solícitos.
Meu vôo deveria chegar ao México as 7:05 da manhã. E foi pontual. Não houve qualquer intercorrência até que eu saísse, pronta para encontrar meu (até então) amigo, o Heri. Ele não estava ali... Na hora, fiquei um pouco aflita, porque não falo espanhol (nunca tive aulas, tudo o que sei sobre a língua são dos meses que passamos conversando por MSN) mas, mesmo assim, pedi informação, troquei alguns dólares, comprei um cartão telefônico e liguei pra ele. Na verdade, ele já estava lá (e há muito tempo!), mas estava andando pelo aeroporto porque a informação que ele tinha era a de que meu vôo ainda não havia chegado... Bem, esse tipo de mal entendido acontece. O fato é que, daí em diante, passei a semana mais incrível da minha vida.
Assim que cheguei fomos tomar um café... Eu, Heri e seus pais. A primeira impressão já foi ótima! Me trataram super bem, fizeram com que eu me sentisse realmente parte da família. Não foi exatamente um café da manhã mexicano, porque eu havia comido no avião e estava sem fome... Então comi um pão (doce, maravilhoso) e tomei leite. Só. E estava uma delícia, mesmo para quem estava sem fome... rs. Daí, pegamos o Turibus. É um ônibus de dois andares, sem teto na parte de cima, que faz um tour pela cidade, parando nos pontos turísticos (que são muitos) e dando explicações sobre eles (em espanhol e inglês). O tour dura cerca de 3 horas. Terminado o tour, paramos em um lugar que não sei definir o que era, mas era algo como uma cafeteria, famosa por seus churros e chocolate e foi isso o que comemos. Uma delícia! Mais tarde, tive minha primeira experiência com a comida verdadeiramente mexicana. Não me lembro o nome do prato, mas parecia com uma pizza, só que com a massa muito fininha, feita de milho, e, em cima, havia carne e queijo. Comi com um pouco de molho à base de abacate e pude perceber, já nesse primeiro contato, como os mexicanos gostam de pimenta! Rs.
Nos dias subsequentes conheci Queretaro, Guanajuato e San Miguel, cidades encantadoras! Das três, a que mais gostei foi San Miguel, uma cidadezinha cheia de igrejas e americanos...rs. É uma cidade tranquila e com excelente qualidade de vida. Não é a toa que os gringos decidiram morar lá. Foi nessa cidade que eu provei um sorvete de mamey, uma fruta que nunca tinha visto e nem experimentado antes. Uma delícia!
Na Cidade do México visitei o Museu de Antropologia e achei fantástico, maravilhoso. Dá vontade de colocar a mão em tudo! Pena que embaixo de cada coisa há uma plaquinha escrito “não toque”... rs. Como os astecas podiam fazer coisas tão incríveis? O Castillo de Chapultepec, visitado no último dia, também é lindo!
Mas, de todos os passeios, o que mais gostei foi, sem dúvida, Teõtihuácãn. A pirâmide da Lua e a imponente pirâmide do Sol me deixaram sem fôlego (tanto no sentido figurativo quanto no sentido literal... rs). O artesanato também é belíssimo.
De todas as comidas que provei (foi uma semana comendo coisas que jamais havia provado antes), o que mais gostei foi a sopa asteca. Que delícia. Outra coisa bem boa é o mole, um tipo de molho que tem em sua composição 123 ingredientes, sendo um deles o cacau. E, para beber, suco de arroz doce. Sim, soa estranho... mas é muito gostoso!!! E as cervejas? Uma delícia! Além das tradicionais, provei cerveja de coco, de manga e de uma outra fruta que não lembro o nome porque não existe aqui no Brasil.
Não conheço muitos lugares, mas de todos os que eu conheço, sem dúvida, o México é o mais encantador! É um país rico em cultura, cores, sabores e simpatia. É simplesmente APAIXONANTE!
Por falar em apaixonante, a viagem ao México me rendeu ainda uma família cuja simpatia e receptividade se vê de longe! Espero voltar lá brevemente!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"Evelin no País do Sombrero" ou "Fazendo a lição de casa - 2"

Por razões que não cabem esclarecer aqui, dia 17 deste mês conhecerei uma partezinha do México. A viagem foi decidida meio que de supetão... Mas com tempo (muito mais que) suficiente para que eu planejasse tudo. Primeiro, o visto. Se comparado com o visto americano, quase não há burocracia para se tirar o mexicano. Na verdade, até 2005 não exigia-se visto para que os brasileiros entrassem lá. Mas, imagino, que com a grande quantidade de brasileiros que entrava de forma ilegal nos Estados Unidos via México, o visto passou a ser um pré-requisito para nossa entrada no "país do sombrero". Muito bem... bem-feito pra nós! Mas não encontrei qualquer dificuldade para conseguir a permissão para entrar no país. Aliás, foi muito mais simples do que imaginei. Preparei toda a papelada necessária e, chegando ao Consulado, fui atendida numa fila expressa - claro, eu já tinha o visto americano. Visto concedido em menos de meia hora. Facilidade e bom atendimento. Essa foi minha experiência no consulado mexicano (acho que eles deveriam ensinar bons modos ao pessoal do consulado americano...).
Do visto até a viagem há um hiato de dois meses e meio. E, neste interim, minha contagem regressiva...rs. Estou empolgadíssima com a viagem. Como acho que nunca estive antes. Ficarei na capital do país, a Ciudad de Mexico. Mas pouco sei sobre o local. Sei, por exemplo, que a cidade foi fundada pelos astecas, é a segunda cidade mais populosa do mundo (perdendo só para Tokio) e possui a quarta maior praça (conhecida por Zócalo, mas cujo nome oficial é Praça da Constituição) de onde se pode ver a Catedral Metropolitana, a maior catedral latino americana que levou 250 anos para ser construida, abrigando diversas riquezas do período Colonial.
Sei também que, distante 50 km da capital do país está Teotihuacan, a cidade dos Deuses, que é um sítio arqueológico fundado por volta do século I a.C. e que possui uma das maiores pirâmides do mundo, a pirâmide do Sol. Na verdade, Teotihuacán significa “local onde os homens se tornam deuses”.
Sobre a comida, não conheço mais que burritos, quesadillas, guacamole e os deliciosos pastéis (rs... bolos, em português) de tres leches e irresistible. Mas sei que a culinária mexicana é uma das mais ricas do mundo... e leva sempre muito chili (pimentas e pimentões).
Sobre a bebida, sei menos que muitos brasileiros. Nunca provei a famosa tequila. Mas sei que ela possui cerca de 38% de álcool em sua composição. Descobri essa semana que existe uma outra bebida, extraída da mesma planta de onde se extrai a tequila, chamada mezcal e cuja fama é de ser superior à tequila. O detalhe: dentro da garrafa dessa bebida, há uma LAGARTA. Argh!!! Segundo li, a lagarta é posta dentro da garrafa para provar que o mezcal tem concentração de álcool suficiente para preservá-la. Argh, argh, argh!!! hahaha.
Mas, pior que isso, foi descobrir que os mexicanos comem essas lagartas... E que um pratinho desse sofisticado inseto, acompanhado de guacamole, custa cerca de U$50,00. Acho que esse é um dinheiro que vou economizar...
México, aí vou eu...

domingo, 16 de agosto de 2009

Como não se encantar?

Ele nunca foi mais um... Porque eu o vi. Sou péssima observadora e quase nunca reparo nas pessoas à minha volta. Mas ele nunca passou despercebido. No entanto, seu conceito era "bonito". E só. Até o dia em que ele conversou comigo.
Naquele dia, percebi que "bonito", era pouco. Ele deixou eu ver o lindo sorriso que tem. E me mostrou como ele ilumina tudo a sua volta. Ele me olhou com seu olhar penetrante, instigante, misterioso. Que despertou em mim o desejo de descobrir o que havia por trás dele. E, então, ele sumiu... Me deixou atordoada, confusa. Frustrada até...
E, aí, um outro encontro aconteceu. Alguns dias depois. Mas... o que dizer? Talvez não soubéssemos como nos aproximar. Não sei. O fato é que apenas nos cumprimentamos. Só que eu queria mais.
E, graças à tecnologia, pudemos nos encontrar novamente. Virtualmente, por enquanto, porque a distância física é enorme.
E, ainda assim, longe assim, ele não pode ter idéia do bem imensurável que me faz. Nossas conversas inesgotáveis, nossas risadas, nossas brincadeiras... Seu dom de dizer as palavras certas nas horas certas... É isso que me alimenta, que me faz acordar animadíssima e que mantém meu ânimo até o próximo encontro.
Me pergunto insistentemente - por onde ele andou até agora? Eu quero tanto que isso que está acontecendo (e que eu não sei o nome) dê certo!
Ele me faz perder o sono, perder a fome. Me faz sonhar acordada. E dormindo também (e, uau, que sonhos!!! hahaha).
Ele é único! Gosto do seu humor, gosto das suas idéias, opiniões, gosto da sua independência, gosto do som da sua risada, gosto do seu romantismo, gosto do modo como me trata, gosto até das suas provocações. Adoro a maneira como diz "ahhh, te quiero ya!". Para dizer a verdade, ainda não descobri do que não gosto. E duvido que exista algo do qual eu não vá gostar.
Ele é mais que especial. Não é mais possível pensar na minha vida sem pensar nele. E, ainda que fosse possível, eu me recusaria a fazê-lo.

domingo, 26 de julho de 2009

"Em que pé" estou - acho que não estou sobre os meus...

Você sabe tudo a meu respeito...
Sabe o que eu penso,
Sabe o que eu vivi,
Sabe o que eu quero viver...
Você me tem nas mãos.
Você sabe o que eu fiz ontem,
O que eu faço hoje,
O que farei amanhã.
Todas minhas armas estão aos teus pés.
Você sabe dos meus desejos e dos meus sonhos,
Dos meus planos, meus anseios.
Frente a você, do ponto de vista emocional,
Estou completamente despida, totalmente nua.
Indefesa...
E para que se defender da perfeição?
Estou mergulhando de cabeça. Posso?
Não quero saber o quão vulnerável estou...
Pouco me importa o turbilhão de emoções pelo qual vou passar... e sei que passarei.
Quero viver intensamente cada momento, ainda que ha 8.400 km de distância.
Quero descobrir os mistérios por trás dos teus olhos
Quero me descobrir na luz do teu sorriso
Quero aprender todas as palavras novas que você quiser me ensinar
Porque, com você, perco as palavras da minha própria língua.
Que ironia! Justo eu, amante das palavras!
Quero sentir (como venho sentindo) coisas que nunca senti com ninguém!
Quero escrever essa história única. Você me ajuda?
Quero dançar conforme o ritmo que a vida impor, mas quero sempre dançar com você...
Você me faz rever atitudes, pensar alternativas...
Minha vida nunca mais será a mesma porque você agora é parte dela.
E como eu sou feliz por isso!

sábado, 6 de junho de 2009

Uns poucos - mas sinceros - conselhos

Levante de bom humor! Bom humor é fundamental! Nada de acordar já reclamando da vida... Observe o sol que entra pela sua janela. Isso já é motivo suficiente para que você levante feliz!
Sente-se e tome seu café da manhã. É provável que o dia seja corrido, mas se dê o prazer de sentar-se à mesa e saborear o café quentinho, o pão saído do forno...
Sorria! Sorrir faz bem! Mas tem que ser um sorriso sincero e não um "sorriso amarelo". Sorria com os olhos! Os olhos transmitem a verdade que a boca, por vezes, esconde... Então, sorrir com os olhos é sorrir de verdade.
Mantenha o brilho no olhar... Lute por aquilo que acredita e descarte aquilo que já não serve mais. Renove o guarda-roupa, a sapateira e até a vida amorosa, se necessário. Nada pode ser mais importante do que preservar o brilho dos olhos!
Ligue para os amigos que estão longe... Ou mande um email... Diga que sente saudades! Isso é maravilhoso - para quem diz e para quem ouve! Ligue para os amigos de perto também... Saiam, bebam, dancem, curtam a vida!
Visite seus avós, se ainda os tiver. Ouça suas histórias! É imensamente prazeroso ouvir sobre as aventuras do avô ou as aflições da avó na época em que eles eram jovens.
Almoce ou jante com sua família! Reunir-se, dizer sobre como foi o dia, conversar sobre os sonhos e expectativas é importantíssimo!
Leia mais! Ler te transporta para outros lugares... outras cidades, estados, países, mundos! É viajar sem precisar sair do lugar! E não julgue o livro pela capa ou pelo tamanho... Se não o ler, não saberá os tesouros escondidos lá dentro.
Durma cedo se estiver cansado, mas que esse cedo seja tarde o suficiente para que tenha aproveitado o máximo do seu dia!
Corra! Sinta o vento bagunçar o cabelo! Pare! Sinta o sol esquentar sua pele! Sinta a chuva ensopar suas roupas! Sinta...
Viaje! Conheça outros lugares, outras culturas, outras pessoas!
Converse com quem sentar ao seu lado no ônibus, metrô, avião... Dê bom dia ao porteiro do seu prédio, ao vizinho, ao caixa do supermercado...
Coma o que tiver vontade, mas sem exageros.
Beije... abrace... ame... viva. Intensamente!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Alguma coisa muito errada está acontecendo...
O sono é constante
E o desânimo também.
Não há muitos projetos.
O futuro parece muito distante e pouco desejado.
Nada fica.
Tudo escapa pelas inúmeras feridas que teimam em nunca cicatrizar.
E estar cheia de nada não é ruim.
Mas assusta um pouco o fato de estar cômodo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Congresso... E muito trabalho

Do dia 29/04 ao 02/05 aconteceu um congresso na PUC-SP chamado InPLA (Intercâmbio de Pesquisas em Lingüística Aplicada). Foi a 17ª edição e eu fiz parte da Comissão Executiva. O que significa que eu tive muiiiito trabalho e passei muiiiiito nervoso. Tive três funções claras: era a responsável pela verba FAPESP, pela noite de lançamento de livros e pelas editoras que exporiam os livros durante o evento. A FAPESP foi moleza... Quer dizer, é uma tremenda burocracia, tive que ler muita papelada, providenciar detalhadamente dados dos apresentadores do estado de SP, resumo dos trabalhos e mais um montão de coisa que formou um calhamaço super elogiado pela própria FAPESP. Em contrapartida, eles não deram nem metade da verba solicitada... =(. E, durante o evento eu tive que correr atrás dos professores que teriam suas diárias pagas pelo órgão financiador para recolher dados e fazer as notas...
Agora, quanto ao lançamento e as editoras... bem... isso deu um puta trabalho! Quer dizer, era aparentemente fácil! Eu deveria fiscalizar o trabalho de dois funcionários da PUC que entrariam em contato com as editoras e autores, negociariam o espaço, etc... Mas não foi bem isso que aconteceu! De fiscal eu passei a telefonista, cobradora e, no fim das contas, até carregadora de mesas... Hahaha. Explico: para que o espaço fosse negociado formalmente, era necessário um contrato. E, para que houvesse um contrato, a reitoria deveria aprovar a entrada das editoras no congresso. Acho que todos sabem a dificuldade que é conseguir uma coisa que depende de outra pessoa, que depende de outra e, por fim, depende ainda de uma 4ª ou 5ª... Duas semanas antes do 17º InPLA a reitoria ainda não havia liberado a entrada das editoras. O que foi que eu fiz, então? Eu mesma entrei em contato com os representantes das mais importantes editoras (importantes no que se refere ao número de publicações em Lingüística) e negociei o espaço. No fim das contas (bem no fim mesmo, quando já estava quase tudo acertado), um funcionário da PUC me ajudou... Nisso eu já tinha passado quase a semana toda pendurada no telefone. Ele fez os contratos e os enviou para a reitoria. Conseguimos uma verba de R$8.000,00 para o evento. Em relação aos lançamentos, aí eu já não fui tão feliz... Ninguém pôde contribuir. Primeiro porque as editoras que estariam presentes no lançamento estariam também expondo os livros durante o evento, o que significa que elas já teriam contribuído (e muito, diga-se de passagem) financeiramente. Os autores que iriam por conta própria não podiam contribuir em nada... Eles eram autores que publicaram seus livros com auxílio de órgãos financiadores e/ou universidades, o que significa que eles não tinham dinheiro... Conclusão: o lançamento de livros aconteceu sem qualquer ajuda financeira.
Mas a confusão toda não acaba aí... A PUC-SP tem um setor (ir)responsável pelos eventos. E um funcionário deste setor ficou de me arrumar mesas - tanto para as editoras exporem os livros quanto para os lançamentos. Dois dias antes do congresso (isso mesmo, DOIS DIAS), o mocinho que me ajudou com os contratos me liga dizendo que ouviu que eu não teria mais as mesas... Liguei para o funcionário do setor de eventos que não resolveu merda nenhuma. Consegui o telefone do chefe dele que me tranquilizou e disse que eu teria as mesas; elas seriam entregues às 14:00h do dia do lançamento dos livros (oito no andar térreo - para o lançamento - e mais oito no terceiro andar - para as editoras). Não sei porque eu acreditei nele... As vezes essa minha inocência (????) me irrita.
Às 14:00h as mesas não estavam no lugar combinado... Nem as do térreo e nem as do terceiro... Liguei para o chefe do setor de eventos. Ele me garantiu que elas estavam a caminho. 15:00h: as mesas para o lançamento já estavam disponíveis, mas não as que seriam utilizadas pelas editoras. Liguei novamente. Ele me disse para ficar tranquila que tudo estava sendo providenciado. 16:00h: tudo igual, menos eu, que ficava cada vez mais nervosa. Pedi para uma colega ligar cobrando, porque eu já não aguentava mais. A resposta foi: fiquem tranquilas... entre 16:30h e 17:00h as mesas estarão no lugar combinado. As 17:10h, nervosíssima com a ausência das mesas, liguei novamente e a resposta foi: o chefe do setor foi embora às 17:00h. COMO ASSIM??? Ele me enrolou o dia inteiro!!! E eu acreditei nele! Ainda não sei quem é mais imbecil, se ele ou eu, mas juro que estou quase certa de que não é ele... QUE RAIVA!!!
Bem, esse era um problema que eu teria que contornar. Às 18:00h eu me dirigi ao espaço da biblioteca onde aconteceria o lançamento de livros e o coquetel (que foi maravilhoso, por sinal). Me virei com o tanto de mesa que tinha (eu tinha 8 mesas e 18 livros sendo lançados...). Felizmente pude ouvir de uma autora que ela nunca tinha visto um lançamento de livros tão bem organizado... É nessas horas que a gente vê quanto vale a pena todo o trabalho e todo o estresse que acaba vindo com ele. Muito bem. Fim do coquetel, eu tinha uma tonteira sem fim (por conta de duas taças de espumante) e oito mesas para carregar para fora da biblioteca. Trabalho findado quase às 22:00h. No dia seguinte: estar na PUC antes das 07:30h, carregar as mesas do térreo para o terceiro andar, indicar o espaço de cada editora e recepcionar um grupo da USP que conseguiu um espacinho de última hora...
No fim das contas: ganhei um colar lindo de presente da Comissão Organizadora por meus trabalhos prestados... Ganhei também um crédito de atividade programada (isso é o mais importante para mim); ganhei dor no corpo inteiro por carregar cinco mesas por três andares... Ganhei amigos também: adorei conhecer o pessoal que trabalhou no 17º InPLA! Que fez o evento acontecer com um sucesso que parecia impossível! Pessoal da Letras (PUC e USP), do Secretariado, da Fonoaudiologia, da Lingüística...
ADOREI! Mas não faço isso novamente tão cedo... Hahaha
(e me desculpem pelo palavreado...)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Retomando o blog... assim eu espero!

Passei dias afastada deste blog. Não por minha vontade... eu entrava na página de postagem mas a inspiração não vinha. Tentei achar uma explicação pra isso. Parece que é a incerteza que nos move, que nos inspira. Então, quero deixar tudo mais incerto. Complicado? É... acho que sim. E mais divertido também. Foi pensando em toda essa incerteza, que a inspiração - ainda que pequena - apareceu... Na verdade, fiquei com vontade de falar um pouco mais sobre tudo o que sempre falei aqui. Voilà:
Desde que o homem é homem, há uma tentativa de resposta às questões existenciais... Eu mesma, neste blog, já tentei, diversas vezes, dizer (ou melhor, descobrir) quem eu sou. Sempre com insucesso, é verdade. Ou porque esta é uma tarefa difícil de ser feita ou porque eu sou difícil de ser definida. Ou os dois. No orkut é moda colocar no "quem eu sou" uma frase do tipo "definir-se é limitar-se". Não acho. Até porque o que se limita é a definição, não a pessoa... Meio óbvio isso... Mas, enfim, as pessoas acham isso meio filosófico. rsrs.
De qualquer maneira, continuo em minha vã (sim, sei que é vã) tentativa de me descobrir. E fiquei pensando que uma maneira menos "limitada" (tomando emprestada a palavra de vários orkuts...) de me definir, seria por meio de expressões metafóricas. Sim, porque elas nunca querem dizer exatamente o que dizem. Sempre fica algo subentendido, algo que o leitor deve adivinhar, interpretar. E, como toda interpretação, esta seria só uma interpretação... correspondendo (ou não) à verdade. É claro, que essa resposta, a gente nunca fica sabendo. Até porque tendenciamos a tomar nossa interpretação sempre como verdadeira.
Bem, deixando toda essa lenga-lenga de lado, vamos às questões que motivaram o post: penso que passei de porta à janela. Explico isso já, mas antes quero dizer dos motivos. Primeiro, porque a própria vida me deu essa alternativa. Depois, porque janela é muito mais interessante que porta. Alguém já ouviu a expressão "surdo como janela"??? Mas, "surdo como porta" sim, não é? E eu decidi que não quero ser surda para a vida. Eu quero ouvir (e, principalmente, escutar) todos os convites que ela me propõe. E eles são vários. Eu passei anos surda para eles. É triste pensar isso. E, se existe a expressão "abrindo portas" para dizer das novas oportunidades, porque não dizer "abrindo janelas"??? É até mais desafiador: é necessário um salto (ou um certo esforço) para alcançar o objetivo. E aí, a coisa torna-se mais interessante. Tudo o que é conseguido com facilidade, perde a graça com a mesma facilidade. Ou, se não perde a graça, ao menos não ganha o valor merecido. Então eu sou janela.
Passei também da narrativa ao poema. E, confesso, me escondo nas entrelinhas. Nada é proposital. Mas penso que é perfeitamente normal e até mesmo compreensível, que não exponhamos nossa vida de tal maneira que qualquer um possa ler e, inevitavelmente, emitir sua opinião. E ainda que não haja obviedade, há os tolos que querem "meter o pitaco" na vida alheia. Isso me aborrece profundamente. Cada um que cuide da sua vida... e olhe lá!
Passei dos 40 aos 15... rsrs. E, segundo minha prima Cássia, aos 15 com RG falsa... hahaha. Tudo parece absurdamente possível. Mas há um medo do conhecido. Aquilo que eu não sei não me espanta, como era de se esperar. Muito pelo contrário. Me fascina, me atrai. É nisto que eu invisto. Mas, aquilo que eu conheço, me amedronta. Talvez seja medo de viver o mesmo - porque nada é pior do que a monotonia. Ou, talvez, nem seja medo... seja covardia mesmo (mas este é, para mim, um assunto pouco elaborado... então ele fica para outro post... ou não). O fato é que, provavelmente, estou vivendo de uma vez só tudo o que não vivi toda a minha adolescência. E, daí, uma explicação para "os 15 com RG falsa". E estou adorando. É claro que as responsabilidades não são as de uma adolescente. Mas a cabeça também não é. Talvez a vantagem esteja exatamente aí.
Passei da novela ao teatro. Não há enrolação e tudo pode ser improvisado, sem comprometer o resultado final. Eu posso encenar em cena, mas na coxia eu sou sempre eu mesma. Posso ir do riso ao choro com a maior facilidade, mas prefiro sempre o caminho inverso. Eu faço o que o papel exige de mim. Em contrapartida, minhas personagens são exatamente o que eu quero que sejam. E são tão reais que, às vezes, eu as confundo comigo. Elas são as máscaras que utilizo quando tudo parece chato demais.
Passei da costura ao alinhavo e mantenho tudo em seu devido lugar, ainda que com menos rigidez.
E o que resta, então? Alguém de atitudes intempestivas. Alguém cada dia mais intensa; e mais densa também. Alguém ainda cheia de preconceitos e neuroses, mas cada dia mais feliz.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Fazer 26

Agora vinte e seis. Não mais vinte e cinco e nem ainda vinte e sete. Vinte e seis. E o que isso muda? Na prática, nada. Continuo cheia de acnes (que deveriam ter sido abandonadas na adolescência). Ao mesmo tempo, estou mais madura (mas isso não aconteceu de ontem para hoje).
Há quem diga que 26 está mais para 30 do que para 20. Pode ser (até acho que é mesmo), mas qual é o mal nisso? Não dizem que a vida começa aos 40? Falta muito ainda! Fazer um balanço dos meus 26 anos é impossível. Talvez eu pudesse eleger os últimos dez anos para comentar qualquer coisa... Ainda assim seria difícil. Eu deixaria escapar muita coisa. Então, não vou eleger um tempo certo. Elejo os momentos mais marcantes, os que fizeram de mim o que sou hoje - ou quase isso.
Nasci num 25 de março de 1983. Era uma sexta-feira. Nasci às 20:50. Não fui uma bebê planejada. Mas, nem por isso, menos querida.
O evento mais antigo de que tenho lembrança foi a chegada da minha prima mais nova, Cássia. Lembro-me perfeitamente de minha mãe querendo pegá-la no dia em que ela veio do hospital. Eu olhava para cima, cheia de curiosidade querendo ver a neném. Eu contava com 3 anos. Era o início de uma grande amizade.
Lembro-me também de assistir desenhos na cama dos meus pais com as minhas irmãs e de como eu chorei na primeira vez em que vi "Patinho Feio". Minha mãe, naquele dia, ficou bravíssima achando que minhas irmãs tivessem feito qualquer coisa para que eu chorasse. Mas me lembro bem que o motivo do choro era a rejeição que o Patinho sofria.
E as viagens com a família? Sempre adorei! Lembro da vez em que fomos ao Paraná visitar os parentes e aproveitamos para irmos às Cataratas do Iguaçú. Eu tinha 5 anos na época. Mas algumas coisas eu me lembro com perfeição. Como, por exemplo, destruir os barrancos de plantação de arroz do tio Armindo porque eu teimava em escorregar alí com minhas irmãs. Ou do patinho que tinha na casa de uma das tias (que por sinal também tinha um bar com um balcão repleto de doces!).
Lembro do lugar que eu me sentava à mesa e do qual precisei ser removida porque sempre prendia o dedo entre a cadeira e a parede. Ou de quando ia comer alguma coisa e enfiava o alimento e os dedos na boca, ignorava o alimento e mordia os dedos... hahaha. Sempre chorava muito. Na época eu não achava isso engraçado.
Lembro quando entrei na escola. Lembro de muitos dos meus amigos. Aliás, lembro nome e sobrenome. Acho que, na época, não tinha muita coisa para ocupar a cabeça, então eu devia ficar decorando os nomes... não sei... Só sei que sei nome e sobrenome de gente que não vejo à muito tempo, que não sei o que fazem da vida...
Escrevendo isso agora, lembrei do primeiro presente que ganhei de dia dos namorados... Eu tinha 8 anos. Ganhei do Eduardo que estudava comigo na segunda série, mas ele não era o meu namorado. Ele me deu um cisne e um sapatinho de gesso, além de uma cartinha. Tenho tudo guardado até hoje. Ele deixou o pacote de presente escondido embaixo do meu caderno. Foi uma surpresa que, mesmo eu fingindo o contrário, adorei!
Lembro-me das paixonites do início de adolescência. Fortes, catastróficas e tremendamente passageiras. Que bom! Do primeiro beijo, do namoro que começou quando eu tinha 13 anos e terminou seis meses depois de eu completar 25.
E, nisso, dei um grande pulo no meu relato... só para dizer que tudo o que aconteceu foi muito importante para fazer de mim o que sou hoje, mas que a grande mudança aconteceu depois disso tudo. Não vou reescrever tudo o que me fez repensar a vida porque tudo isso já está escrito neste blog (minha válvula de escape), que começou junto com todas as reviravoltas.
Penso que basta dizer que estou a cada dia mais feliz! Mais madura, mais mulher, mais decidida e menos chata - acreditem, é verdade!!! As pequenas coisas se tornaram, de fato, pequenas e eu não dou mais importância a elas. Ou, no máximo, dou a importância que elas merecem. O que mais importa para mim, hoje, é a presença dos meus amigos (que estão mais numerosos a cada dia que passa) e da minha família. Valorizo cada minuto com eles.
Acho que, as vezes, é necessário parar e fazer esse movimento retroativo: revirar o baú das lembranças e jogar fora aquilo que não serve mais para, aí sim, seguir em frente. Tenho feito isso ha alguns meses. E estou com muito espaço no meu baú para os novos acontecimentos. Quais serão eles? Não faço a menor idéia e nem quero descobrir. Gosto do que eu não sei.
Agora vinte e seis. Ainda bem!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Au revoir Canada!

Se eu pudesse escolher uma única palavra para definir meus últimos 40 dias, minha viagem ao Canadá, eu diria que eles foram INESQUECÍVEIS. No post "Fazendo a lição de casa...", de 26 de janeiro, eu disse que adorei os preparativos para esta viagem, o que é a mais pura verdade. Por incrível que pareça (e, acredite, parece realmente incrível) não fiquei eufórica, não fiquei aflita... Vivi como se nada de diferente fosse acontecer. Claro que eu falava muito da viagem - afinal eu estava feliz - mas nem um pouco ansiosa. Deixei acontecer uma coisa de cada vez. Não posso dizer o mesmo da volta... Quero dizer, não estou com vontade de fazer as malas, não estou com vontade de voltar. Percebi que as pessoas que amo me fazem falta mas que não importa o quão longe eu esteja, posso, ao mesmo tempo, carregá-las no meu coração e na minha cabeça. Que eu não preciso estar aqui ou ali para ser feliz. Que conhecer lugares novos, ainda que com temperaturas negativas, é maravilhoso. E que fazer amigos que não têm idéia do que eu falo quando falo minha língua marterna, também é ótimo!
Experimentar pratos novos, deixar subir o peso na balança sem aumentar o peso da consciência também é muito bom (afinal para que se preocupar? São só 45 dias!). Provei putine e queue de castor (sem dúvida feijoada e brigadeiro são muito melhores!!!). Aproveitei o máximo que pude! Saí todos os finais de semana e alguns dias da semana também! Frequentei museus, clubs, bares. Visitei exposições e festivais (três, em três cidades diferentes). Conheci outras cidades, outra província... Aluguei um carro (uma van tipo a do Scooby Doo, hahaha) e, com mais 7 amigos explorei um pouco da província de Québec. Fiz snowtubing. Ri até chorar! Ri das piadas com os amigos, e dos meus falsos passos na língua francesa.
Por falar em amigos, fiz ótimas amizades!!! As irmãs colombianas Andrea e Camila têm um lugar especial no meu coração: companheiras de estudo, de papo furado, de balada... Incrível como podíamos nos entender só com o olhar... Como se nos conhecêssemos há muito tempo! Foi para elas que ensinei todas as besteiras que posso imaginar em português... hahahaha. Foi tudo muito engraçado! Outra surpresa agradável: nunca imaginei, na minha vida, ter amizade com um turco! Dá pra crer? E, ainda por cima, é o homem mais gentil que eu já conheci! Ainda tem os amigos venezuelanos, mexicanos, peruanos, chilenos, tailandeses, bosnianos, canadenses, japoneses, coreanos e, como não podia deixar de ser, brasileiros -sim, eles estão em todos os lugares do mundo!!!
E meus professores, então??? MARAVILHOSOS. O melhor deles: Sofiane! Nascido na Argélia, um país do norte da África, é médico (na França) e professor de francês (no Canadá). É divertidíssimo! Não sossega enquanto não tem certeza de que todos os alunos entenderam determinada expressão... Tem inúmeros exemplos "guardados na manga". É a simpatia em pessoa! É quem eu não consigo imaginar de mal humor... Tem sempre um sorriso no rosto, até para quem está sempre "de cara amarrada". E eu o adoro ainda que ele ria de mim quando eu digo hot dog, Brad Pitt, out let, leite quente e red bull.
Esta foi, sem sombra de dúvidas, a melhor experiência que já tive. É uma pena que está acabando! Dá um aperto no coração só de pensar! Queria ficar mais ou, ao menos, levar algumas pessoas daqui comigo. Como não é possível, fico menos triste ao saber que existe telefone, e-mail, MSN, facebook...
Ainda que eu, nesta viagem, tivesse como objetivo estudar a língua francesa, o maior aprendizado aqui não foi lingüístico (embora eu esteja ainda mais apaixonada pelo idioma...). A grande lição foi que eu percebi que o mundo é pequeno para quem sonha grande... e que nada mais parece ser difícil.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Salut mes amis!!!

Estou me sentindo um tanto quanto relapsa em relação a este blog... Sim, porque o mês de fevereiro está no fim e eu quase não apareci por aqui. Acho que me falta inspiração. Então, assim sendo, é provável que a qualidade do texto também caia. Peço desculpas por isso, desde já.
Mas, enfim, vamos falar mais um pouquinho do Canadá. Estou aqui há três semanas. Continuo adorando o lugar. Esse fds conheci Toronto. Não é necessário muito tempo nesta cidade para constatar o óbvio: Montreal é infinitamente mais bonita! Toronto é uma cidade imensa e lembra muito São Paulo. Segundo meu amigo Rodrigo, é uma São Paulo que funciona. Pode até ser, mas São Paulo, para mim, não é uma cidade atraente. Tampouco Toronto. Atribuo também essa pouca empatia ao fato de que em Toronto o idioma oficial (e também predominante, muito embora é possível ouvir inúmeras línguas quando se anda pelas ruas da cidade) é o inglês. Ainda que eu tenha estudado por um certo tempo o inglês, detesto esse idioma e me sinto incapaz de estabelecer diálogo por meio dele.
Agora, Montreal tem um quê europeu que me encanta! Fora que é maravilhoso andar por aí ouvindo "la langue d'amour"... Ai, ai! rsrs. Conheci também em Montreal a Basílica de Notre Dame, que fica no centro velho da cidade. Não tem como explicar a beleza do lugar. O centro velho é lindo. E a Basílica, então, sem palavras! Sabe quando é tão lindo que chega a emocionar? Pois é... A Basílica de Notre Dame é assim!
O frio daqui já não me incomoda tanto quanto no começo... Já não fico mais tão sonolenta, então vou começar a aproveitar mais minha estadia. Que, aliás, já chegou na metade! Não sei explicar ao certo e não quero parecer insensível, fria ou qualquer outra coisa desse tipo... Mas não tenho saudades do Brasil. Tenho da minha família e dos meus amigos (e também do calor que eu tanto gosto), mas não tenho - ao menos por enquanto - vontade de voltar. Talvez porque eu saiba a data em que tudo vai terminar. Mas, por aqui é tudo tão novo e tão diferente, que ainda não me cansei.
Não vi até agora nenhum lugar em Montreal que me faça pensar "que lugar feio!". Acho que não existe. Mas nada é perfeito... é bastante comum encontrar pessoas pedindo esmolas. Sobretudo pessoas velhas! E é engraçado observar como os hábitos são diferentes. No metrô, por exemplo, há os lugares preferenciais. Mas quem disse que os canadenses cedem seus lugares às pessoas de mais idade? É claro que isso não é uma regra, mas a grande maioria "não está nem aí" para isso... Primeiro mundo? Vai entender...
Mas, sinceramente, não posso me queixar do transporte público do Canadá (ou melhor, de Montreal e de Toronto, que é o que conheci). Ele, de fato, funciona. E muito bem! Se o metrô não chega até onde você precisa, certamente ele chega perto e, depois, há ônibus para tudo quanto é lugar.
Agora, o que parece não funcionar muito bem por aqui é a saúde pública. Souad, a dona da casa em que moro, me conta histórias escabrosas sobre pessoas que padeceram por falta de atendimento médico ou pela baixa qualidade do atendimento. Se alguém precisa de atendimento médico gratuito, entre na fila: 4 meses de espera! Alguma coisa muito diferente do que os brasileiros conhecem? Acho que não!
Aliás, pelo que andei ouvindo, a área da saúde, em geral é muito precária aqui. Não há enfermeiros, fisioterapeutas ou fonoaudiólogos. Portanto, esses profissionais são facilmente aceitos pela imigração. E eles ganham muito bem! E quando eu digo muito bem, quero dizer umas 5x mais que no Brasil! É uma coisa a se pensar, caso minha vida profissional não engate aí no Brasil quando eu terminar meu doutorado!
Mas, enfim, já prometi que não planejo mais minha vida. E isso é fato! Planejo, no máximo, o que farei no próximo fds. Nada mais! Aliás, no próximo fds pretendo visitar o Parque Olímpico, o Insectário (onde está tendo uma exposição chamada "borboletas em liberdade") e ainda ir à "Festa das luzes de Montréal". De resto, vou dançar conforme a música.
Beijinhos a todos!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Bonjour messieurs, mesdames et mesdemoiselles!!!

Bem, há pouco mais de uma semana estou em Montréal, Canadá. Ainda não conheço quase nada da cidade e já vou me justificando: a primeira semana foi de um cansaço tremendo! Eu só queria dormir! Para quem não sabe, tenho aulas de francês das 9h30min às 16h30min, com um intervalo de uma hora para almoço. Isto significa 6 horas de aulas diárias - numa língua que eu não conheço bem! Além disso, a casa em que estou morando fica há uma hora da escola. O que quer dizer que saio de casa as 8h30min e chego após as 17h30min. Puxado? Nem tanto! O que eu acho que mais me cansa é o frio daqui! Na primeira semana todos os professores me perguntaram sobre minhas primeiras impressões sobre a cidade. A resposta estava sempre na ponta da língua: Montréal faz muito frio! É como viver dentro de um freezer! Sim, porque cheguei a pegar temperaturas de -30ºC! Quando faz 0ºC, é um "calorzinho" gostoso!
Mas, enfim, como eu ia dizendo, quase não saí na primeira semana porque o frio me deixava sonolenta. Mas, no último fim de semana eu conheci a Ville du Québec. É uma cidade muitíssimo bonita! E, pasmem, estava tendo Carnaval por lá! Isso mesmo! Carnaval! Hahaha, mas não como o do Brasil. Não que eu ache o carnaval brasileiro bom. Para ser bem sincera, não acho! Mas o nosso carnaval é muito mais... "quente", vamos dizer... em todos os sentidos! rsrs. Além disso, visitei l'Hôtel de Glace, um hotel feito todo em gelo. Exceto os banheiros, que eram aqueles químicos e ficavam fora do Hotel! rsrs. Mas, de resto, tudo de gelo! Dentro do hotel a temperatura era de -30ºC. Um frio desesperador! Fiquei uma hora e meia lá dentro e foi o suficiente para eu ficar preocupada - não sentia mais minhas mãos e muito menos meus pés!
Mas, como nem tudo é um mar de reclamações (rsrs, ainda bem!), devo admitir que estou AMANDO essa experiência! O que eu mais gosto é sair na rua e escutar todo mundo falando francês. É muito legal! Ainda que eu não entenda quase nada! Pego ônibus e metrô e, nesses momentos, tento, disfarçadamente, prestar atenção na conversa alheia para ver se entendo alguma coisa! E quase nunca entendo, mas isso não tem sido problema! Aliás, não acho que "comunicação" (detesto essa palavrinha) esteja sendo um problema: compro coisas, almoço fora, peço informação na rua. Tudo em francês! E tenho me saído bem. Na verdade, melhor do que eu esperava.
Também devo acrescentar que, ainda que tudo seja branco por aqui, achei Montreal uma cidade muito bonita! Acho interessante quando vou à escola e, de dentro do ônibus, vejo o sol iluminando timidamente os jardins brancos. E, no meio de toda a neve, o que se vê são pequenos pontos brilhantes, como se fossem cristais. É uma visão, sem dúvida alguma, bonita! Gosto também quando neva... Gosto de ver os flocos de neve caindo. Talvez, e muito provavelmente, porque é muito diferente de tudo o que eu já tinha visto.
Ainda que eu tenha dito, no último post, que esta não era a viagem dos meus sonhos - e continuo afirmando (ou melhor, negando): não é - confesso que ela superou minhas expectativas! O lugar é mais bonito que eu imaginei, as pessoas são infinitamente mais simpáticas e acolhedoras do que eu imaginei, o curso é mais legal do que imaginei e, claro, não poderia deixar de reclamar, o frio é muito maior do que imaginei (mas já estou me habituando...). Penso que todo mundo deveria passar pela experiência que estou passando. Uni o útil ao agradável: estou estudando uma outra língua e conhecendo lugares maravilhosos. Acho que posso dizer que nunca estive tão feliz!
Se eu sinto saudades? Muitas!!! Da família, principalmente, mas também dos amigos e do calor que eu tanto gosto! Mas procuro não pensar muito nisso, porque se não acho que eu desabo! 45 dias passam rápido! Agora, na verdade, faltam 33... rápido, não?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Fazendo a lição de casa...

Falta pouco para minha viagem... Adianto que esta não é a viagem dos meus sonhos, mas gostei de preparar cada detalhe: da documentação para o visto à arrumação das malas, passando pelas compras de roupa para neve e presentes para a família que me receberá.
Não sei muito do país que visitarei, não sei muito da língua que irei falar, não sei quase nada da minha nova e temporária família. Não sei dos hábitos e costumes locais. Mas eu aprendo! Achei interessante estudar um pouquinho antes de ir ao Canadá. E, então, segue um pouco da minha "lição de casa" baseada em um manual sobre este país. O autor é Ivory e o ano é 2008.
Se este post fosse uma receita eu diria: pegue uma porção de picos e campos de gelo, acrescente a vastidão das pradarias, as intermináveis florestas de coníferas e o norte gelado e austero. Voilà - temos o Canadá, "um mundo de natureza intocada, uma vastidão quase infinita".
Mas isso não é uma receita e o Canadá não se resume a isso. Cada região do país possui uma rica mistura. A francesidade de Montreal, por exemplo, dizem ser fascinante. É lá que passarei 45 dias. Depois, posso dizer se isso é verdade!
Montreal não é a maior cidade do Canadá - foi destronada por Toronto - mas é a metrópole mais diversa do país "exibindo uma fusão extraordinária entre a tradição européia e a modernidade da América do Norte".
1/5 da população da cidade é de imigrantes. É a segunda capital gastronômica da América do Norte, perdendo apenas para NY.
Montreal é uma cidade que não dorme nunca (uma espécie de São Paulo???)! Há uma gama quase infinita de bares, cafés, cabarés, danceterias, entre outros tipos de entretenimento. Há também uma imensa variedade de museus.
Tem invernos rigorosos, com temperaturas médias de -10ºC, podendo chegar até -40ºC. Os habitantes de lá solucionaram o problema de fazer compras no inverno construindo a Ville Souterraine, ou cidade subterrânea, cuja extensão é de 32 km e onde há cerca de 2000 lojas, teatros, hotéis, escritórios e apartamentos. Assim, no inverno desfruta-se ao máximo da vida urbana e, no verão, liga-se o ar-condicionado (rsrs).
Resta dizer que Montreal é bem servida de transporte público; há cinco linhas de metrô e três de trens, além dos ônibus. Penso que locomoção não será um problema!
Este é, até o momento, o maior investimento que fiz em mim mesma. E penso que não só o maior, mas também o melhor: invisto em cultura e educação - lição aprendida em casa!
Bem... estou quase indo. Não quero pensar no que perderei aqui ao passar esse tempo fora (e sei que perderei muitas coisas importantes...). Vou pensar no que ganharei estando lá e que todo o sacrifício valerá a pena!
Vou, e não pretendo ir com o coração apertado. Vou com a certeza de que esta é a melhor escolha e que tudo o que virá depois disso vai ser sempre melhor. Vou sabendo que minha felicidade independe do lugar e das pessoas que me cercam - ela depende única e exclusivamente de mim!
É claro que vou sentir muita saudade daqueles que aqui ficarem... família, amigos, pacientes... Mas eu volto! E a volta é sempre melhor! Não vou abandonar o blog... nem orkut, msn, etc. Então ninguém poderá dizer que sente minha falta!
Até breve!

sábado, 17 de janeiro de 2009

O gato

Eu o vi pela primeira vez numa noite de julho. Estava na garagem da minha casa e, apesar de ainda não me conhecer, veio me recepcionar. Como se ele fosse o dono da casa e eu a visita. Ninguém sabia ainda, mas era exatamente isso que se passava na sua cabeça. Achei-o pequeno e com ar inocente. Chamei minha mãe para vê-lo e ela disse que já o tinha visto naquela tarde. Acrescentou que não era para eu ficar agradando "aquele bicho" porque, do contrário, ele não iria mais embora. Colocamos o gato pra fora do portão e entramos na casa. Da janela da sala eu podia vê-lo acompanhando as pessoas que passavam. Ele parecia estar perdido ou, então, procurando por um novo dono.
No dia seguinte, ao acordar, me levantei com minha mãe informando que o gato estava dormindo na floreira e, novamente, me advertiu que ele não deveria ser agradado para que ele fosse embora. Concordei. Doía pensar nos gatos que eu já tinha tido e na maneira como eles me deixaram. Achei que seria, para dizer o mínimo, cauteloso de minha parte que não deixasse meu coração se apaixonar novamente por um bichano.
Saí para trabalhar e retornei pouco depois do horário do almoço. O gato ainda estava lá, dormindo. As 16 horas, minha mãe começou a se preocupar, pois o gato, ainda que não tivesse recebido carinho, se recusava a ir embora. Quando percebeu que estava sendo observado, levantou-se e veio ao nosso encontro. Rapidamente, minha mãe o pegou e passou-o pelas grades do portão, oferecendo-lhe a rua. Mas o gato tinha outros planos e, tão rápido quanto fora posto para fora, passou pelas grades novamente e entrou em nosso quintal.
Penalizada porque ele não havia comido nada desde a manhã, minha mãe acabou servindo-lhe um pouco de sardinha. Foi um banquete. E não é necessário muito esforço para imaginar que aquela atitude de minha mãe fez com que o gato decidisse mesmo ficar. E foi essa mesma atitude que me deu sinal verde para acariciar aquela bolinha de pêlos!
Como o gato dormia o dia todo e boa parte da noite também, demorou uns três dias para que meu pai - que odeia gatos - descobrisse que tínhamos um novo membro na família. E, quando descobriu, não adiantou esbravejar... o gatinho já tinha nos conquistado! O que nem imaginávamos é que, não muito tempo depois, ele conquistaria meu pai também!
Decidimos que ele, por ter uma mancha preta acima da boca, como se fosse um bigode - de gaúcho ou de português - se chamaria Felipão, homenagem ao técnico de futebol que, além de gaúcho, estava trabalhando com a seleção de Portugal.
Felipão mostrou-se, desde o início, um gato amável, extremamente bonzinho e carinhoso. Como todo gatinho, era também travesso! No seu primeiro Natal conosco, brincava com as bolas da árvore e, depois disso, ganhou uma coleção de bolinhas de borracha. Tinha o péssimo hábito de afiar as garras no sofá e, não contente com isso, por vezes escalava a cortina da sala. Mas, era também, um gato desprovido de instinto felino: caía do muro e, pior, não se virava durante a queda para que caísse em pé! Era tão bobinho que deixou, certo dia, alguma criança malcriada e sem noção cortar-lhe os bigodes!
Gostava de me acordar. Quando minha mãe descuidava, ele subia as escadas e ia miar na porta do meu quarto! Não importava onde eu estava, ele queria estar junto... Quando eu chegava do trabalho, mesmo que eu não fizesse o menor barulho, ele sabia que eu tinha chegado e corria para me receber. Era um gato com alguns comportamentos caninos.
Felipão não era um gato maldoso... Não arranhava e não mordia, mesmo quando muito provocado. Gostava de carinho, gostava de ser mimado.
Quando fui chamada para trabalhar no interior de São Paulo e passava a semana toda fora, vindo para casa somente às sextas-feiras a noite, Felipão fez greve de fome. Assim... decidiu parar de comer. Ficou debilitado. Precisou ser internado. Mas o danado só saiu da greve depois que eu me demiti. Foram dias difíceis para nós dois. E eu não me arrependo do que fiz.
Esse gatinho, que escolheu a casa em que queria morar e "bateu o pé" para ficar ali, dividiu comigo dois anos e meio da sua vidinha. Encheu a minha vida de alegria e me fez ver o mundo com mais cor. Me ensinou que, por amor, vale tudo e que tudo tem mais graça quando se ama e se é amado. Nós éramos assim... Era um amor silencioso, mas fortemente presente.
Ele me deixou há dois meses. Não sei, ao certo, o que lhe aconteceu. Na verdade, não quero pensar nisso. Quero ficar com as lembranças dos maravilhosos momentos que tivemos. Mas é triste não escutar o miadinho na porta. É triste não ver novos arranhados no sofá ou novos desfiados na cortina da sala. É triste não ver a caminha dele no lugar ou a coleção de bolinhas espalhadas pela casa. Mais triste ainda é encontrar um ou outro pêlo numa roupa e saber que não haverá novos pêlos para eu ter que escovar... Ele me faz muita falta!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Uma mulher polvo?

O grande barato deste blog, para mim, é que por meio dele eu me permito sentar e refletir um pouquinho sobre minha vida. Não deixa de ser, então, uma espécie de terapia onde nem sempre eu conto tudo porque não sei quem são todos os meus leitores, mas o fato é que eu nunca falto com a verdade. Então, por falar em "refletir", estive essa semana pensando em quanta coisa uma mulher é capaz de fazer. Claro que me tomei como exemplo, mas há muitas mulheres que se desdobram ainda mais.
Eu trabalho em 4 lugares diferentes (trabalho pouco, é verdade, mas são 4 lugares)... Penso nos meus pacientes após os atendimentos. Há pacientes que ocupam minha cabeça todo o final de semana. Fico horas pensando em qual seria a melhor estratégia para determinado paciente conseguir produzir determinado som... E ainda há os relatórios - para a escola, para o médico, para a dentista...
Eu também estudo. Faço doutorado (ainda tenho 3 anos pela frente!!!) e estudo francês.
Aos finais de semana - quando meus pais viajam - sou também dona de casa.
Algumas vezes, fico com meu sobrinho (o que é sempre um imenso prazer). Vou ao banco, ao mercado, ao shopping, à manicure... Mando lavar o carro (ok, ok... quanto ao carro, confesso que sou bem relapsa... só mando lavar e abasteço... não verifico óleo, água e nem calibro os pneus... e não coloco a falta de "tempo" como culpada... é pura preguiça mesmo!).
Arrumo tempo para papear com meus amigos - por msn, telefone ou pessoalmente, num almoço ou jantar. Vou ao cinema, devoro livros, fuço na vida alheia (santo Orkut!), assisto novela, ouço música, escrevo no blog, faço dieta.
E muitas dessas coisas eu faço ao mesmo tempo! Às vezes, penso que sou uma mulher polvo, com um conjunto de braços, cada um capaz de fazer uma coisa diferente ao mesmo tempo. E, quem me conhece, sabe: tudo tem que ser bem feito ou, na pior das hipóteses, ainda que não saia bem feito, tem que ter tido o melhor de mim.
Engraçado que por mais que eu faça, sou uma eterna insatisfeita.
Por mais que eu leia, nunca vou conseguir ler tudo o que eu quero. Assim como também nunca conseguirei assistir todos os filmes ou ouvir todas as músicas.
Por mais que eu escreva, quase nunca direi tudo o que sinto e quase nunca serei lida (tomando como exemplo esse blog, ele tem mais "rascunhos" do que posts publicados... fora as coisas que escrevo em papel e, na hora de postar aqui elas deixam de fazer sentido e eu deixo de postá-las).
Por mais que eu converse com meus amigos, o papo nunca se esgota e eu fico sempre com a sensação de que mais poderia ter sido dito.
Por mais dieta que eu faça, há sempre mais quilos a perder.
Por mais que eu veja meu sobrinho, sempre resta um gosto forte de saudade quando ele vai embora (porqueirinha!!! Nunca achei que eu fosse capaz de amar tanto alguém assim... tampouco da maneira como amo: incondicionalmente).
Por mais que eu estude, nunca saberei tudo o que deveria saber - nem de fonoaudiologia, nem de lingüística, nem de psicanálise ou filosofia.
Por mais que eu trabalhe, sempre vai sobrar tempo pra mais trabalho e sempre vai faltar dinheiro...
Sou a senhorita imperfeição. Relutei anos contra isso, mas agora assumo até com certo orgulho e, de certa maneira, com a consciência bastante tranquila: não sou polvo... sou só uma mulher.
Agora, ao reler o que foi escrito até aqui, fiquei com a sensação de que este post pode passar a imagem de alguém que, sabendo de seus limites, fica estagnado. Então, quero deixar claro que não é isso. Ainda que eu tenha meus limites (e, sem dúvida, eles são muitos... aliás, são muito mais do que estes que eu disse aqui), eu não sou uma pessoa conformista, sossegada e estagnada. Muito pelo contrário. Como eu disse, sou uma eterna insatisfeita, mas, ao contrário de muita gente que conheço que só sabe sentar e reclamar da vida, eu gosto mesmo é de encarar desafios e tentar fazer sempre melhor. E, se não puder ser hoje, tudo bem. Amanhã eu terei mais 24 horas para fazer. O que não dá é "viver" as 24 horas de hoje me lamentando.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

E o que é a vida senão um grande picadeiro?

Adoro espetáculo circense. De verdade! Mas, ultimamente, não tenho precisado ir ao circo para ver a apresentação dos palhaços. E, acrescento, a apresentação dos palhaços do circo é muito mais cômica!
Quero falar um pouco sobre homens palhaços. Adianto que não quero passar a imagem da mulher feminista que se vira sozinha e não precisa de homem para nada. Quer dizer, se essa é a imagem que passo, ela não é falsa. Sou, até certo ponto, feminista, sei me virar sozinha pra quase tudo e, definitivamente, não preciso de homem (o que não significa, de modo algum, que eu não queira companhia masculina - querer é uma coisa e precisar é outra beeem diferente!).
Como ia dizendo, estamos rodeadas por homens palhaços.
Outro dia conheci um. Aparentemente ele não fazia parte da trupe. Simpático, cavalheiro, esforçado... Quer dizer, nem tão esforçado. Deve ter faltado em, pelo menos, 50% das aulas de língua portuguesa... Cometia erros ortográficos imperdoáveis. E, pior de tudo: me mandava mensagens repletas desses erros! Não quero parecer preconceituosa (embora acredito estar sendo), mas penso que mereço muito mais que isso! Infelizmente eu o achava muito simpático e não queria, de forma alguma, deixá-lo triste. Como, então, dizer para que ele parasse? Optei por um e-mail que escrevi cuidadosamente (não com medo de "escorregar" no português, como ele corriqueiramente fazia, mas para não ser grosseira - coisa que acabo sendo com facilidade por sempre ir direto ao ponto...). Sabem o que o palhação teve a coragem de dizer (depois de muitas cantadas por msn, sms, e-mail, etc)? Algo do tipo "deixa, eu nem queria mesmo". Ah, faça-me o favor! Não, não... era eu quem queria... ã-hã!
E os palhaços que tentam dar o showzinho na rua mesmo? Determinadas coisas são ridículas de se ouvir quando já conhecemos a pessoa que diz... Quando não conhecemos, então, a coisa torna-se intolerável! Cantadas que ouvimos na rua... Ninguém merece! Ninguém mesmo! Mas, a pior cantada que levei na minha vida não foi de um palhaço... Foi de uma palhaça. Ouvi um "que delícia". Aff! Que nojo! Se ouvir isso de um homem já é nojento, imagina de uma mulher. Nada contra quem goste de mulheres... Mas não é meu caso! E, sobre o comentário, posso dizer que há quem goste desse tipo de elogio, mas eu prefiro ouvir outras coisas... De preferência que não estejam relacionadas ao meu corpo!
Ah, lembrei-me de uma cantada que ouvi de um palhaço há uns bons 8 anos (lembro-me porque era meu primeiro ano na faculdade... e, confesso, porque essa foi engraçada!). Enquanto eu passava ele soltou a pérola: "que narizinho lindo"! Tive de rir, porque existia alí uma dupla mentira: primeiro que meu nariz não é, nem de longe, bonito, quanto mais lindo; segundo porque estou longe de ter um "narizinho". kkkkkkkkkkk. Enfim, pelo menos ele foi criativo!
Muito embora encontremos palhaços e palhaças todos os dias, por onde quer que andemos, não há nada mais triste do que a gente se pegar fazendo o papel de palhaço. Quantas vezes, na minha vida, vesti minha mais colorida roupa, calcei meus melhores sapatos à la Bozo e coloquei meu narizinho vermelho? Na verdade, há sim algo mais triste que isso... É quando eu, conscientemente, fiz isso! E não foram poucas vezes. Já fiz isso em nome de "amizades" e de "amores". Tudo entre aspas, pois nada era real. Claro que tirei daí ótimas lições, e só por isso posso dizer que valeu a pena! Foi assim que soube que não vale a pena passar por cima do que se sente para ver o outro bem. Ninguém vale isso! Não vale a pena doar horas do seu dia por quem não merece mais do que poucos minutos (ou, as vezes, nem isso).
Cansada de tanta coisa, sabem o que fiz? Guardei minha fantasia num baú. Ela pode, literalmente, servir no carnaval... Ou, quando eu esquecer disso tudo, posso pegá-la para recordar e perceber que palhaço só tem graça mesmo no circo e que, definitivamente, eu não tenho talento pra isso!