sábado, 9 de julho de 2011

Meu Casamento

Organizar um casamento é um misto de sonho e pesadelo. Sonho porque muitas noivas pensam desde pequenininhas como vai ser o dia de seu casamento, e quando chega o momento de organizar, ela pode colocar tudo aquilo que pensou em prática! E pesadelo porque nem tudo sai como o planejado.
Organizar o meu casamento foi a coisa mais gostosa que já fiz! Passei horas, durante vários dias (meses, eu diria) pensando nisso! E também trabalhando nisso! Foram 3 meses pintando, fazendo bolinhas, envernizando, fazendo lacinhos, colando tags... Deu muito trabalho, mas eu acho que faria tudo outra vez!
Como nem tudo são flores, tive muitas intercorrências. Noiva é neurótica? É sim, sem dúvidas, mas não sem motivos. Tudo deve sair perfeito!
Meu primeiro problema foi logo ao tentar agendar a data: Sem casamento civil previamente marcado, a Igreja Católica não realiza o Sacramento do Matrimônio. Pôxa, mas meu caso era especial!!! Então eu teria que vir ao Canadá, casar-me no civil, voltar ao Brasil para casar-me na Igreja, como manda o figurino e, por fim, regressar ao Canadá para viver... Haja dinheiro!!! E dinheiro sobrando é coisa que nenhuma noiva tem! Então, conversei com o padre, que me orientou a escrever uma carta ao Bispo, contando minha história e pedindo uma autorização para casar-me na igreja sem o civil. E comprometendo-me a entregar a certidão de casamento assim que ele se realizar.
A carta que escrevi continha seis folhas e minhas irmãs juraram que o bispo dormiria no meio da leitura. Se ele dormiu, eu não sei, só sei que duas semana depois eu recebi a informação de que o casamento havia sido autorizado!
O próximo percalço foi o meu vestido de noiva. Não gostava de nenhum. Achava todos bregas! Hahahaha. Bem, nem todos. Muitos eu achava bonitos.... Mas no manequim, porque em mim ficava brega! Hahahaha. Até que encontrei um, em uma loja de Santo André, pelo qual me encantei. E soube, naquele momento, que aquele seria meu vestido. Mas ele custava R$5.500,00, e essa era uma quantia que eu não pensava em gastar com vestido. Então encontrei um "ateliê" que me prometeu o mesmo vestido por quase R$2.000,00. Uau, essa era a oportunidade! Encomendei meu vestido com quase 5 meses de antecedência, e a promessa é a de que eu faria a primeira prova 60 dias depois da encomenda feita. O fato é que, faltando apenas um mês para o meu casamento, nem sinal do vestido! Imaginem o meu desespero!!! Noites sem dormir e, quando eu dormia, meu sono era recheado de pesadelos! A boca cheia de aftas... os dedos da mão sofrendo com a desidrose! E o cabelo caindo mais do que o normal (ou seria o ralo do banheiro que estava ficando cabeludo???)... O fato é que a gota d'água foi um telefonema com a "vendedora" no qual ela me tratou muito grosseiramente e de maneira nada profissional. Aí decidi comprar outro vestido. Mas esse vai ser assunto pra um outro tópico...
O último obstáculo a ser superado foi o mais difícil... Porque não dependia de mim, nem do noivo, nem de qualquer profissional contratado para fazer do dia do meu casamento o dia mais feliz da minha vida. Dependia de Deus, da sorte, do carma... sei lá... Era o maldito vulcão chileno que depois de dez dias sem emitir nenhuma fumacinha começou a atrapalhar meus planos... Até aí, o noivo já havia chegado (ufa!), mas meus sogros estavam presos na Argentina e o vôo havia sido cancelado justamente por causa das cinzas... Estávamos angustiados, sem saber se eles chegariam a tempo! Heri seria o primeiro filho a se casar na Igreja, e talvez eles não estariam presentes. Isso me deixava bem triste.
Mas Deus sempre sabe o que faz! Meus sogros chegaram à Igreja quarenta e cinco minutos antes da cerimônia, vindos no único vôo que saiu da Argentina naquele dia, e os anjos que fazem parte do curso de noivos da Igreja os ajudaram passando suas roupas. No momento da cerimônia, estavam prontos!
Quando eu cheguei na Igreja, estava tudo pronto! A Elis, a fada-madrinha que contratei como decoradora, veio me mostrar uma foto de como havia ficado a decoração. Ficou mais bonita do que eu imaginei. Super clean, super romântica, super linda! Escutei a orquestra tocando para a entrada dos padrinhos. E, então, escutei a clarinada. Foi nesse momento em que me dei conta de que estava ansiosa. Porque até então, parecia que nem era comigo... rs. E logo escuto a marcha nupcial e as portas da igreja se abriram para que eu entrasse.
Entrei com meu pai, olhar fixo no altar para ver se eu via o noivo. Mas com todos os convidados em pé, o noivo acabou ficando escondido, então só restou sorrir para os convidados e tentar ver quem estava presente alí. Só quando eu estava bem pertinho do altar é que consegui ver o Heri. E ele estava lindo!!! Mais do que eu havia imaginado!
A cerimônia durou cerca de quarenta minutos e eu quase não me lembro do que o padre disse, nem das músicas que tocaram, nem nada... Só lembro da entrada do Gabri (lindo!!!), que foi o meu pajem e foi a sensação da cerimônia!, do "Claro que sim!" do Heri, quando o Padre perguntou se era por livre e espontânea vontade que ele se casava comigo, e do momento da saída, quando vi meu vozinho querido chorando muito. Aí eu também não aguentei e acabei chorando!
Nesses quarenta minutos (que para mim não foi mais que cinco minutinhos), experimentei uma felicidade nunca antes sentida! Foi o dia mais feliz da minha vida!
Agora, se engana quem diz que casamento é só uma vez na vida!!! Em setembro tem a segunda rodada! México que nos aguarde!!!