domingo, 5 de agosto de 2012

O Doutorado

Queridos leitores,

Em 2007, após terminar meu mestrado, meu pai me encorajou a ingressar no doutorado. Incentivada por ele e já no ritmo da correria acadêmica, topei o desafio. E o que posso eu dizer, além de que fazer o doutorado foi a minha maior aventura? Hahahaha, rio, mas isso é sério! Se eu pudesse dar um conselho, não seria para usar o filtro solar, porque esse o Pedro Bial já deu... Hahahahaha. Eu diria para fazer um doutorado. É claro que o final é uma loucura: noites sem dormir, choros descontrolados e o corpo somatizando tudo o que pode. Mas, ainda assim, vale a pena.
Iniciei o doutorado em 2008. De lá para cá, a vida deu uma grande volta! Literal e metaforicamente falando.  Nesse ano, dei um basta na vidinha morna que levava e decidi que iria estudar Francês em Montréal e pleitear uma bolsa para estudar na França. Assim fiz. Isso, por si só, já seria super legal.
Mas a vida sempre surpreende a gente! E eis que, em Montréal, na escola de francês, conheci o Heri. E nos apaixonamos, namoramos, noivamos e casamos. Mas esta é outra história e todo mundo já conhece...
Então, por causa do doutorado, aprendi duas outras línguas (o francês, que era mesmo obrigatório, e o espanhol, que veio de lambuja) visitei 8 países (Canada, México, França, Espanha, Portugal, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo... e viva a bolsa de estudos!!) e conheci o amor da minha vida.
Além disso tudo, produzi: participei de alguns congressos, escrevi um artigo e, por fim, a tese, que ficou pronta no último dia possível, mas ficou linda e eu muito me orgulho dela. Vê-la pronta valeu cada noite mal dormida, cada lágrima derramada, cada passeio que deixei de fazer para trabalhar nela.
Minha tese tem como título "O diálogo na Clínica de Linguagem: considerações sobre transferência e intersubjetividade". Tive quatro anos para escrevê-la, mas deixei para fazer isso nos últimos oito meses... rs.
Na realidade, depois que eu voltei da França, no final de 2010, resolvi mudar o tema da minha pesquisa. Somado a isso, o casamento, na metade de 2011, restringiu meu tempo de trabalho na tese. Mas ainda assim, ela saiu! Recebeu algumas críticas, o que já era de se esperar (afinal, um trabalho que deve ser feito em 4 anos, ser feito em 8 meses, convenhamos, não é a mesma coisa.... rs), mas também recebeu muitos elogios... elogios que me trazem um sorriso aos lábios, a cada vez que lembro.
Não vou dizer que este foi o melhor trabalho que já fiz (porque, modéstia a parte, a dissertação de mestrado também ficou ótima!) mas, sem dúvida, foi o que mais satisfação me deu, talvez pelo tamanho do desafio: ter como tema central um termo da clínica psicanalítica não é qualquer coisa!
O próximo passo: dar entrada na ordem dos fonoaudiólogos do Québec. O pós doutorado não está descartado (aliás, já estou pensando nele com muito carinho). Ficarei bem feliz de poder tapar os furos deixados na tese no meu próximo trabalho.
Agora sim, Doutora, fazendo jus ao título. Mas, enfatizo, a Evelin de sempre! =)